Diocese de Beja destaca aposta ganha «na divulgação da cultura portuguesa e na afirmação do Alentejo»
Madrid, 12 fev 2016 (Ecclesia) – A Diocese de Beja está a promover a edição 2016 do festival “Terras Sem Sombra” em Madrid, Espanha, numa aposta na internacionalização do certame de música clássica e na divulgação das potencialidades da região alentejana.
Em entrevista concedida hoje à Agência ECCLESIA, a partir da capital espanhola, o diretor do festival “Terras Sem Sombra”, José António Falcão, adiantou que, em termos da “ligação com os media espanhóis”, os objetivos estão a ser “plenamente alcançados”.
Ainda esta quinta-feira o certame foi apresentado em conferência de imprensa, num evento patrocinado pelo embaixador de Portugal em Espanha, Francisco Ribeiro de Meneses.
Segundo José António Falcão, o evento atraiu “os pesos pesados da imprensa espanhola” dedicada à área da cultura e da música-sacra.
“Quisemos sobretudo transmitir a ideia de um festival entusiástico, jovem, de um festival que rasga fronteiras e que é de grande interesse do povo espanhol e para os muitos estrangeiros que vivem em Espanha”, explicou aquele responsável.
A 12.ª edição do festival “Terras Sem Sombra”, entre 27 de fevereiro e 2 de julho, tem como tema “Torna-Viagem: o Brasil, a África e a Europa (Da Idade Média ao Século XX)”.
Como habitualmente, o evento organizado pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja vai passar por vários concelhos da região alentejana, como Almodôvar, Sines, Santiago do Cacém, Ourique, Odemira, Serpa e Castro Verde.
José António Falcão realçou a referência feita ao património musical português do passado, que tem “muito em comum” com Espanha.
O historiador recordou o período em que Portugal esteve sob a regência da Coroa Espanhola, entre 1580 e 1640, durante o qual “muitos músicos, intérpretes e compositores lusos fizeram carreira no país vizinho”.
Para marcar essa proximidade, o último concerto do festival, na Igreja de Santiago Maior, em Beja, vai ter como tema “Inesperado Resgate: Compositores Portugueses na Espanha do Siglo de Oro”.
O diretor do “Terras Sem Sombra” salientou ainda a participação do Brasil como “país convidado”, uma nação detentora de “um património musical de primeira grandeza e que será alvo de grande destaque“.
Este sábado, a promoção do evento em Madrid vai continuar com um concerto de Cante Alentejano, um dos expoentes da música tradicional alentejana e já elevado a património imaterial da humanidade.
A iniciativa, inédita na região madrilena e com entrada livre, vai decorrer no Teatro do Círculo de Bellas Artes, bem “no coração de Madrid”.
De acordo com José António Falcão, o espetáculo está a gerar “uma expetativa bastante positiva”, com “centenas de pessoas a perguntarem como poderão assistir”.
“No fundo está-se aqui a marcar pontos na divulgação da cultura portuguesa e na afirmação do Alentejo”, conclui.
O concerto de Cante Alentejano vai contar com as interpretações dos Cantadores de Vila Nova de São Bento (Serpa), dos Ganhões de Castro Verde e dos Moços D’uma Cana, que trarão a viola campaniça, um instrumento muito associado a este género musical.
JCP