Música sacra é património inestimável

O 25º Encontro de Coros contou com um convidado especial. O Monsenhor Guiseppe Liberto, Maestro do Coro da Capela Sistina Pontifícia esteve em Lisboa onde proferiu uma conferência sobre “Canto e Cantores da Liturgia”. Segundo o Maestro “o canto de oração litúrgico é uma das mais fascinantes aventuras do Homem” sendo tanto o canto como a música “sinais litúrgicos, sinais de Deus para o Homem porque anunciam e actuam na salvação” afirmou perante a assistência que se congregou na Igreja Paroquial do Cristo Rei, na Portela, Lisboa. Monsenhor Guiseppe Liberto reflectiu que “a música não é uma expressão de louvor privado, nem um ornamento que se junta externamente à oração”. E continuou: “a beleza sonora não é um efeito de uma arte humana que se auto compraz e que por isso de auto celebra, mas é o eco de glória divina que se revela. Uma música que se canta a si própria cai na idolatria” ao contrário do uqe se pretende com a música para a liturgia que “não é tanto a de produzir e fazer ouvir um trabalho musical por si só, mas sim o de apresentar de forma sonora o mistério, representando-o”. Por isso a cada função ritual de uma celebração litúrgica deve corresponder uma forma musical adequada e o conferencista chamou a atenção para a necessidade de uma “clara compreensão do significado da liturgia, para assim se poder organizar a música para a liturgia”, assim como de uma “vivência interior de forma a ter uma participação plena, consciente e activa”. O Maestro do Coro da Capela Sistina Pontifícia sublinhou que a “tradição musical da Igreja constitui um património de valor inestimável”. Música sacra em Portugal O Padre Teodoro Dias de Sousa, director da Escola Diocesana de Música Sacra Santo Ambrósio há dois anos, faz um balanço muito positivo do estudo e objectivos da Escola, em relação ao ano transacto, sobretudo porque “os alunos querem aprender não para ser usufruto próprio mas para poderem servir melhor as suas comunidades” afirma em entrevista à Voz da Verdade. Tarefas como ensaiar um coro, como dirigir, a forma de cantar, os critérios para escolher o repertório para as celebrações, pois segundo afirma “nem toda a música é boa para a liturgia”. “A música litúrgica tem de ter como pano de fundo a própria liturgia” sublinha, por isso “ninguém pode executar música na liturgia sem percebê-la”. Na Escola Diocesana de Música Sacra Santo Ambrósio, para além da técnica e do canto, há também o objectivo de “doutrinar” acerca da liturgia. O significado de cada gesto que se realiza e a música que deve acompanhar esse momento específico são alvo de reflexão e estudo. “A escolha dos cânticos é feita em função do gosto da assembleia” explica o Pe Teodoro de Sousa, que considera não desejável “uma musica unificada”. O importante sim “é ter atenção à letra e não apenas aos acordes ou à melodia”. O panorama em Portugal “é de existência de muitas proposta a nível musical, porque se tem bons compositores, não são é muito conhecidos” lamenta o director. Um caminho que considera ser necessário investir é “no repertório para crianças”, apostando numa melodia mais simples.

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