Música: Festival da Eurovisão celebra diversidade cultural com referências a santo nórdico, terrorismo e drama dos refugiados

Júlio Isidro sublinha alcance e importância de evento que Portugal acolhe pela primeira vez

Lisboa, 08 mai 2018 (Ecclesia) – O jornalista e apresentador Júlio Isidro disse à Agência ECCLESIA que a realização do Festival da Eurovisão em Portugal é “um momento histórico”, que oferece um “contributo inexcedível” para a imagem do país.

“Um programa de televisão vai proporcionar que Portugal seja visto, ouvido e falado para 500 milhões de pessoas, é uma oportunidade muito boa. Através de uma canção, através da RTP, está-se a dar um contributo inexcedível para a imagem de Portugal. Isso deixa-me verdadeiramente eufórico e orgulhoso”, refere.

A primeira meia-final do concurso decorre esta noite, em Lisboa; a final está agenda para a noite de 12 de maio.

“O Festival da Eurovisão começou em 1956, e trouxe uma ideia muito bonita, que é unir a Europa na sua diversidade através das suas canções”, assinala Júlio Isidro.

Para o apresentador, a Eurovisão tem um ideal “da diversidade cultural” e “da aproximação entre os países”.

“É bom podermos imaginar-nos aqui, sentados, em Lisboa, no Porto, numa pequena aldeia de Portugal, a ver canções que nos chegam de países tão distantes, que nós nunca visitamos. O que é importante é que esses países tragam também, com a sua canção, alguma coisa de si”, observa o entrevistado.

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O jornal católico italiano ‘Avvenire’ destaca, a respeito do Festival, a música que vai representar a Dinamarca (sobe ao palco esta quinta-feira, na segunda meia-final), que se inspira em São Magnus Erlendsson, nobre norueguês convertido ao catolicismo, conde das Órcadas, conjunto de ilhas escocesas.

“Por duas vezes refutou o combate: em 1098, durante uma incursão viking na ilha de Anglesey, durante a qual permaneceu num navio a recitar os salmos; e em 1115, quando foi morto na noite de Páscoa, em atitude de oração, por ordem do primo Haakon, com quem tinha negado lutar”, refere a peça, divulgada e traduzida pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

São Magnus foi canonizado em 1898 pelo Papa Leão XIII.

Rasmussen, o representante dinamarquês em Lisboa, quer sublinhar em palco o valor da “escuta” do outro, da tolerância e da resolução de conflitos “através de meios pacíficos”.

Foto: Santuário de Fátima

O jornal católico ‘Avvenire destaca ainda o tema ‘Non mi avete fatto niente’, dos italianos Ermal Meta e Fabrizio Moro, que abordam a questão do terrorismo, com referência a vários ataques dos últimos meses, procurando uma perspetiva de diálogo e esperança para o futuro; e o duo francês Madame Monsieur, que conta a história da pequena Mercy (num jogo de palavras com ‘merci’, obrigado), filha de uma migrante, nascida a 27 de março de 2017 num barco humanitário que navegava no canal da Sicília (Itália).

A delegação ucraniana ao Festival Eurovisão da Canção visitou o Santuário de Fátima e foi recebida pelo vice-reitor, padre Vítor Coutinho, o qual falou do “carinho especial” de Fátima em relação à comunidade da Ucrãnia radicada em Portugal.

OC

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Agência ECCLESIA

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