Porta-voz do Vaticano analisa impacto do concerto oferecido ao Papa por Cirilo I
O porta-voz da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, considera que o diálogo entre católicos e ortodoxos entrou numa nova fase após o concerto promovido por Cirilo I, Patriarca de Moscovo e de todas as Rússias.
O espectáculo, que ocorreu a 20 de Maio, no Vaticano, para assinalar o quinto aniversário do pontificado de Bento XVI e os seus 83 anos, foi oferecido pela Igreja Ortodoxa Russa.
No concerto foram executadas obras de compositores russos dos séculos XIX e XX, além da sinfonia “Canto da Ascensão”, composta pelo Metropolita Hilarion Alfeyev de Volokolamsk, presidente do Departamento de Relações Exteriores do Patriarcado de Moscovo.
O director da Sala de Imprensa da Santa Sé considera ser “muito claro que, no contexto do actual panorama cultural europeu, as posições ortodoxas e católicas sobre as grandes questões éticas são comuns, pois decorrem de uma visão de homem inspirada pelo cristianismo”.
“O Metropolita Hilarion, na sua intervenção, fez referência explícita às questões relacionadas com a vida e a família. O discurso final do Papa foi mais amplo e minucioso do que aqueles que costuma fazer ao final dos concertos, desenvolvendo com amplitude o tema das raízes cristãs da Europa, expressas não apenas na vida religiosa, mas também em seu inestimável património cultural e artístico”, acrescentou.
No entender do Pe. Federico Lombardi, perante a secularização que conduz à convicção de que é possível prescindir de Deus, “torna-se necessário desenvolver a proposta de um novo humanismo que possibilite à Europa respirar a plenos pulmões, graças ao diálogo e à sinergia entre Oriente e Ocidente, entre tradição e modernidade”.
“O soar das notas da grande música russa no Vaticano constituiu um sinal eloquente da profunda sintonia que se estabeleceu entre a Igreja Ortodoxa Russa e a Católica. Um sinal verdadeiramente encorajador para o futuro”, concluiu o Pe. Lombardi.
Com Zenit