Mundo: Santa Sé defende comércio livre sem «exclusão social»

Genebra, Suíça, 02 out 2014 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz defendeu esta quarta-feira no Fórum da Organização Mundial do Comércio, em Genebra, que o comércio livre interessa “quando for para o benefício de todos”.

“O comércio é um fator de desenvolvimento”, reconheceu o cardeal Peter Turkson, que destacou que o Papa Francisco recorda que “se a liberalização do comércio internacional hoje reduziu a pobreza muitas vezes alimenta também a exclusão social”.

O responsável católico assinalou que “qualquer liberdade deve ser acompanhada pela responsabilidade e a qualquer liberdade deve corresponder o dever da justiça”.

Por isso, o presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz recordou que Papa Paulo VI considerava que o comércio livre podia ser chamado justo se fosse subordinado "às exigências da justiça social”.

Um princípio, segundo o interveniente, que “não é respeitado” porque existem posições dominantes que transformam a “livre concorrência em ditadura económica, violam a dignidade da pessoa, negligenciam o bem comum de toda a humanidade e piora a distribuição das riquezas”.

O fórum da Organização Mundial do Comércio, na Suíça, termina no na sexta-feira.

O prelado alertou e acrescentou que estas posições dominantes “não conseguem criar uma ocupação sustentável”, ou pior, tira proveito do tráfico de seres humanos e das modernas formas de escravidão” e excluem os pobres, os fracos e os vulneráveis “da participação na vida económica”.

Segundo a Rádio Vaticano, a mensagem do presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz foi lida depois da intervenção do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e da mensagem-vídeo da presidente da República do Chile, Michelle Bachelet.

Para o cardeal ganês, este sistema comercial “não pode ser justificado” uma vez que reforça a capacidade das grandes empresas “reduzir custos e fugir aos impostos” e nega aos trabalhadores os “direitos humanos mais elementares”, como um salário justo e condições de trabalho dignas e seguras.

Por último, D. Peter Turkson frisou o “papel importante” da Organização Mundial do Comércio na “promoção” de uma organização de comércio internacional “mais justo”.

RV/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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