Genebra, Suíça, 11 set 2014 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé na Organização das Nações Unidas em Genebra, Suíça, disse que é preciso "romper o silêncio contra as formas de escravidão atual” que afetam a sociedade.
“A comunidade internacional já realizou, e procura aplicar, numerosas convenções e acordos internacionais contra as formas hodiernas de escravidão. A Santa Sé considera que tais instrumentos não alcançam plenamente os seus objetivos se, ao mesmo tempo, não nos inspiramos numa ampla vontade política e envolvemos todos os membros da sociedade", explicou D. Silvano Tomasi, na 27ª sessão do Conselho de Direitos Humanos.
O arcebispo pede que a comunidade internacional remova as causas dos problemas “indo às raízes não somente através de palavras” e deu como exemplo as ações do Estado Islâmico no Iraque ou dos militantes do Boko Haram, na Nigéria.
D. Silvano Tomasi, que representa a Igreja Católica na Organização das Nações Unidas em Genebra, disse que hoje assiste-se a uma “ampla gama de contínuos abusos contra os direitos humanos” nomeadamente em zonas de conflito civil e político “onde a violência causou o assassinato de milhares de pessoas inocentes e gerou milhares de deslocados”.
Na 27ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, o prelado alertou para a necessidade de combater a pobreza, o desemprego, a falta de instrução e o analfabetismo para eliminar a exploração de menores e o tráfico de seres humanos.
“Cerca de 250 mil crianças são recrutadas e até mesmo usadas como "escudos humanos" em conflitos armados, e 5 milhões e 700 mil são vítimas do trabalho forçado ou obrigadas ao matrimónio”, exemplificou.
O observador permanente na ONU assinalou que os Estados devem "defender e promover os direitos humanos para todas as pessoas" e acrescentou que a Santa Sé destaca "a necessidade de proteger e defender o direito à liberdade religiosa, que está sob ataque em algumas partes do mundo".
Para D. Silvano Tomasi, existe o risco real das minorias perseguidas “sejam impossibilitadas de voltar para casa” e que “não possam ter garantias de proteção e segurança para viver em paz como cidadãs com iguais deveres e direitos”.
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