Mundo: Bispo de Beja recorda situação dramática de milhões de crianças, migrantes e refugiados

Precisam de uma sociedade «adotiva» e uma Igreja capaz de ser «mãe de todos», exorta D. António Vitalino

Beja, 22 jan 2015 (Ecclesia) – O bispo de Beja dedicou a sua habitual nota semanal a duas das franjas mais desfavorecidas da sociedade atual, as crianças e os migrantes ou refugiados.

No texto enviado à Agência ECCLESIA, D. António Vitalino salienta a situação dramática de milhões de crianças vítimas de “abandono e da insensibilidade de muitos adultos, que abusam delas, as escravizam e até usam como armadilhas para a guerra e como bombas suicidas”.

Ainda recentemente na Nigéria, uma menina de 10 anos foi utilizada pelo grupo terrorista islâmico Boko Haram para levar a cabo um atentado bombista num mercado local, que resultou na morte de dezenas de pessoas.

Atrocidades que “apesar da consolação da fé” não deixam de “comover e fazer chorar”, refere o prelado.

D. António Vitalino questiona a forma como as nações conseguem conviver hoje com o sofrimento dos mais novos, que terá efeitos “perniciosos para os próprios e para a sociedade”.

“Em vez de procurar respostas demagógicas e de incriminar os pais insensíveis, que não desempenham a sua principal missão humanitária, será mais importante tornarmo-nos todos pais e mães ternos e acolhedores, disponibilizando-nos como pais adotivos logo nos primeiros meses das crianças abandonadas, em vez de as institucionalizar”, complementa.

Quanto à questão dos migrantes e refugiados, o bispo de Beja cita o Papa Francisco que referiu que muitas destas pessoas “se contam entre os mais pobres da sociedade”.

“Embora a emigração seja um direito, a grande maioria dos migrantes deixa a sua terra, amigos e familiares por falta de condições de vida digna no país de origem”, frisa D. António Vitalino.

Por outro lado, uma vez chegados ao destino, muitos deparam-se com condições de trabalho precárias, com situações de discriminação e de exclusão social.

Neste quadro, refere o responsável católico, a Igreja tem também de ser capaz de ser “mãe de todos” os migrantes, apoiando-os nas suas dificuldades e favorecendo nos países de destino “uma cultura de acolhimento, de solidariedade e entreajuda”.

Para “que ninguém se sinta como intruso, indesejável ou descartável, agravando assim o seu sofrimento”, conclui.

JCP

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