Mundial 2014: Bispos contra exploração sexual

Conferência Episcopal divulgou desdobrável intitulado «Copa do Mundo Dignidade e Paz»

Brasília, 19 mai 2014 (Ecclesia) – A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está a divulgar um desdobrável intitulado ‘Copa do Mundo Dignidade e Paz’, com apelos contra a exploração sexual durante o próximo mundial de futebol, no país.

Segundo os prelados, o êxito do Campeonato do Mundo de Futebol, que contará com a presença da seleção de Portugal, deve medir-se pela “garantia de segurança para todos sem o uso da violência, no respeito ao direito às pacíficas manifestações de rua, na criação de mecanismos que impeçam o trabalho escravo, o tráfico humano e a exploração sexual”.

A publicação, preparada pela Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, surgiu após encontros entre representantes das 12 cidades-sede do Mundial 2014 (12 de junho a 13 de julho).

A Igreja Católica mostra ‘cartão vermelho’ à exclusão de milhões de cidadãos “ao direito à informação” e à participação nos “processos decisórios sobre as obras” que foram realizadas para o evento.

O documento pede ações eficazes para evitar o trabalho escravo, o tráfico humano e o turismo sexual, com “punição exemplar e ágil para com os infratores”.

A CNBB assume o compromisso de acompanhar adeptos e jogadores, em “momentos de espiritualidade”, e de defender as populações “vulneráveis”, especialmente as que vivem na rua.

O desdobrável retoma trechos da mensagem da CNBB, ‘Jogando pela Vida’, divulgada em março.

Nessa nota, os responsáveis católicos manifestam a sua solidariedade, em particular, “aos que, “por causa das obras da Copa [Mundial], foram feridos na sua dignidade e visitados pela dor da perda de entes queridos”.

Os bispos convidam a sociedade brasileira a aderir ao projeto ‘Copa da Paz’ e à Campanha ‘Jogando a favor da vida – denuncie o tráfico humano’, que têm a finalidade de colaborar para que o evento seja “lembrado como tempo de fortalecimento da cidadania”.

A Igreja Católica no Brasil considera que “não é possível aceitar” que famílias e comunidades inteiras tenham sido removidas para a construção de estádios e de outras obras estruturantes, “numa clara violação” do direito à habitação, ou que o Mundial “aprofunde as desigualdades urbanas e a degradação ambiental”.

OC

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Agência ECCLESIA

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