Na continuação do artigo da semana passada, vamos concluir sobre o que é que o magistério da Igreja tem escrito sobre a sociedade em rede. A própria Igreja é uma communio, uma comunhão de pessoas que se congregam em comunidades eucarísticas.
Podemos destacar três grandes ideias que os sucessores de Pedro refletiram acerca dos modernos meios de comunicação. Há mais de quarenta anos a instrução pastoral Communio et progressio, no número 128, dizia que “os modernos meios de comunicação social dão ao homem de hoje novas possibilidades de confronto com a mensagem evangélica”. Por outro lado, o Papa Paulo VI escreveu na exortação apostólica Evangelii nuntiandi, no número 45, que a Igreja “viria a sentir-se culpada diante do seu Senhor, se não lançasse mão destes instrumentos de evangelização”. Por último, João Paulo II na carta encíclica Redemptoris missio, no número 37, definiu os mass média como “o primeiro areópago dos tempos modernos”, declarando que “não é suficiente, portanto, usá-los para difundir a mensagem cristã e o Magistério da Igreja, mas é necessário integrar a mensagem nesta “nova cultura”, criada pelas modernas comunicações”.
Sintetizando, os meios de comunicação social têm influência sobre aquilo que as pessoas pensam acerca da vida, mas também porque, para as gerações mais novas “a experiência humana como tal tornou-se uma experiência vivida através dos mass média”, está escrito na instrução pastoral Aetatis novae, documento sobre as comunicações sociais que celebra o vigésimo aniversário da Communio et progressio. Olhemos então para as capacidades positivas e benéficas da Internet, que possibilitam, entre outras coisas, a transmissão de informações e ensinamentos que ultrapassam as barreiras físicas e as fronteiras. “Um auditório tão vasto estaria além das imaginações mais ousadas daqueles que anunciaram o Evangelho antes de nós… Os católicos não deveriam ter medo de abrir as portas da comunicação social a Cristo, de tal forma que a sua Boa Nova possa ser ouvida sobre os telhados do mundo!”, escreveu João Paulo II, na sua mensagem para o XXXV dia Mundial das Comunicações Sociais.
Fernando Cassola Marques
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