Recentemente veio a público um estudo elaborado pelo Pew Research Center e por investigadores da Universidade de Harvard, onde as conclusões indicam que “embora o facebook ainda esteja profundamente integrado na vida quotidiana dos adolescentes, é às vezes visto como algo utilitário e como uma obrigação, em vez de uma plataforma nova e entusiasmante”.
Mas nos espaços públicos de lazer mais conhecidos tais como cafés, praças, bares, etc. não acontece a mesma coisa? onde estão os adultos, normalmente não estão os jovens!…
Como defendem alguns especialistas, a internet não é mais do que uma extensão natural do nosso quotidiano, portanto o fenómeno das redes sociais, não é novidade na medida em que as pessoas já se reuniam para falar, partilhar e refletir nos mais diversos ambientes físicos. Agora simplesmente, essa abordagem passou para um ambiente virtual.
Assim, temos que entender este fenómeno como sendo um processo normal onde basicamente existe uma recusa de partilha de ambientes entre diferentes gerações. O que nos permite afirmar que:
1 – Não é verdade que haja menos pessoas nesta rede. A análise aos dados do número de pessoas presentes no facebook indicam-nos que os números continuam a crescer a um nível não tão forte como anteriormente, mas nos mercados ditos emergentes, do ponto de vista desta rede social, isso não acontece. Isto é, onde há mais potencial de evolução é nos países onde esta rede ainda não se afirmou, o que rebate esta ideia de decréscimo de utilizadores.
2- Rede social démodé. O facebook atualmente para os jovens pode ser visto como uma rede “old-fashion”, visto que os seus pais, avós, tios, professores, claramente mais velhos do que eles, já possuem uma presença nesta rede social. O que a torna num espaço de partilha nada “cool” e muito menos apetecível para os seus posts!
3- Mas realmente os jovens abandonaram o facebook? Ao olharmos para os dados publicados, percebemos que esse abandono não é efetivo. Os jovens continuam a estar nesta rede mas utilizam-na já com algum sentido crítico. Isto é, as camadas mais novas utilizam cada vez mais o twitter, o flickr e o instagram, partilhando para o facebook apenas o que querem que seja visto, mantendo o que realmente partilham com os seus colegas dentro das outras redes. Afastando assim da sua vida os olhares da “malta mais velha”!
Podemos concluir que o facebook não está em declínio, apenas está a ser utilizado cada vez mais como uma plataforma abrangente, quer ao nível do alargamento das faixas etárias dos seus utilizadores, bem como, do tipo de aplicações que vai suportando (outras redes sociais). Tornando-se numa ferramenta mainstream que consegue agregar apenas numa plataforma o maior repositório de conteúdos pessoais (fotos, vídeos, textos, partilhas, etc.), respondendo às diferentes redes sociais (instagram, twitter, scoop.it, vine, pinrest, etc.).
A pergunta que se impõe é: até quando o facebook vai conseguir ser o “Google” das redes sociais?
Fernando Cassola Marques
Fontes utilizadas:
http://www.internetworldstats.com/facebook.htm
https://www.facebook.com/harvardtrends
http://www.pewinternet.org/Reports/2013/Teens-Social-Media-And-Privacy/Summary-of-Findings/Teens-Social-Media-and-Privacy.aspx