Multimédia: A sociedade em rede, oportunidades e desafios pastorais (2ª parte)

É recomendável que os grupos ligados à Igreja que ainda não possuam presença na Internet, procurem informações e ideias com aqueles que já possuem experiência neste campo. A Internet transforma-se então num instrumento que pode ser posto claramente em prática também nos campos da administração e do governo eclesial. Deverá fazer parte dos programas formativos eclesiais o uso e as práticas da Internet. Ao nível dos programas pastorais, a Internet e as novas tecnologias deveriam possuir um espaço dedicado e próprio. Nomeadamente na pastoral juvenil, deveria ser proporcionada uma área formativa que estimulasse os jovens a serem o que a Comunnio et progressio preconiza para os outros meios: “Não só a comportarem-se como verdadeiros cristãos, quando são leitores, ouvintes ou espetadores, mas também a saber utilizar as possibilidades de expressão desta “linguagem total” que os meios de comunicação põem ao seu alcance. Sendo assim, os jovens serão verdadeiros cidadãos desta era das comunicações sociais, de que nós conhecemos apenas o início”. Os jovens têm necessidade de aprender não tanto ao nível técnico, mas sim como agir corretamente no ciberespaço e discernir os seus pensamentos de acordo com critérios morais sólidos a respeito daquilo que encontram à distância de um click.

Ao nível do estudo e reflexão, a Igreja deverá debruçar-se sobre alguns pontos fortes pertinentes e criar observatórios dos mais variados âmbitos dentro desta temática nomeadamente: elaborar uma verdadeira antropologia da comunicação com referência específica à Internet e novas tecnologias; elaborar programas pastorais específicos para o uso da Internet tanto na catequese como noutros setores para que a possam utilizar como ferramenta de apoio e enriquecer as pessoas no seu verdadeiro compromisso cristão; estudar a dualidade, realidade virtual versus presença física, isto porque, “a realidade virtual não substitui a Presença Real de Cristo na Eucaristia, a realidade ritual dos outros sacramentos e o culto compartilhado no seio de uma comunidade humana feita de carne e de sangue. Na Internet não existem sacramentos e até mesmo as experiências religiosas nela possíveis pela graça de Deus são insuficientes, dado que se encontram separadas da interação do mundo real com outras pessoas na fé”, escreve o Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, no documento Igreja e Internet.

 

Fernando Cassola Marques

fernandocassola@gmail.com

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