Em plena semana maior, vamos continuar a observar um pouco sobre aquilo que a Igreja tem escrito sobre os meios de comunicação social. Conforme nos diz o Catecismo da Igreja Católica, “o desenvolvimento positivo dos média ao serviço do bem comum é uma responsabilidade de todos e de cada um”, devido ao forte impacto que os média têm na sociedade, ao nível político, económico e social, é então necessário fazer-se uma seleção que salvaguarde a dignidade da pessoa humana e a sociabilidade plena entre as diversas pessoas. Assim sendo, deveremos ter em conta três opções fundamentais: a formação, a participação e o diálogo, diz João Paulo II na carta apostólica “O rápido desenvolvimento”. Do ponto de vista formativo é necessário fazer com que os meios de comunicação social sejam usados de maneira consciente e apropriados no espaço e no tempo. As novas tecnologias modificam os processos e a qualidade das relações humanas, razão pela qual sem a adequada formação se corre o risco de, em vez de estarem ao serviço das pessoas, as instrumentalizar e as condicionar. Isto é válido para todas as pessoas, mas tem mais pertinência nos jovens devido à sua apetência natural para as inovações tecnológicas. Têm por isso necessidade de serem educados para o uso responsável e crítico dos novos meios tecnológicos. Por outro lado, no âmbito da participação co-responsável que é necessário existir na gestão do acesso aos meios de comunicação social há um longo caminho a percorrer. Se as comunicações são um bem para toda a humanidade, devem ser encontradas formas de disponibilização massiva e uma ampla participação na sua gestão de maneira co-responsável. Por último e não menos importante, deve-se favorecer o diálogo, fazendo das enormes potencialidades dos meios de comunicação social um veículo de transmissão de conhecimento, de solidariedade e de paz. “Eles constituem um recurso positivo e poderoso, se forem postos ao serviço da compreensão entre os povos; se forem usados para alimentar injustiças e conflitos, tornam-se ao contrário uma "arma" destruidora. Concluindo com uma reflexão espantosa de João Paulo II, “Não tenhais medo das novas tecnologias! Elas incluem-se "entre as coisas maravilhosas" "inter mirifica" que Deus pôs à nossa disposição para as descobrirmos, usarmos, fazer conhecer a verdade, também a verdade acerca do nosso destino de filhos seus, e herdeiros do seu Reino eterno.”.
Fernando Cassola Marques
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