Semana da Pastoral Social decorre em Fátima, deixando apelos concretos para a acção da Igreja neste terreno A intervenção social cristã traduz-se num vasto conjunto de actividades, designado por acção social da Igreja. Apesar de reconhecer que muitas instituições da Igreja estão dependentes dos protocolos com o Estado, Acácio Catarino defendeu ontem (6 de Setembro) na XXIV Semana da Pastoral Social que “estas instituições têm uma dinâmica própria que está assente na caridade”. Em declarações à Agência ECCLESIA o conferencista realça que em relação à «Carta de Princípios» é “importante uma reflexão interna sobre o assunto” e, posteriormente, “se entre em diálogo com o Estado e outras instituições”. Em termos financeiros – salienta Acácio Catarino – as instituições da igreja estão “muito dependentes do Estado” mas “a grande maioria das instituições tem receitas próprias”. Ao fazer referência à criatividade das instituições, o ex-presidente da Cáritas Portuguesa afirma que estas “têm criado novas dinâmicas e novas valências”. “Estão claramente à frente em muitos casos”. O terreno é fértil porque “há potencialidades enormes: de acção e aquelas que decorrem da gravidade dos problemas sociais”. Acácio Catarino é defensor da criação de um Movimento Social Cristão. “Uma congregação de esforços e pontos de vista” porque ” neste domínio os católicos estão muito divididos”. E acrescenta: “é fundamental um diálogo interno forte mas nada que se pareça com um partido político”. Este processo “devia ser eminentemente de leigos e instituições”. E avança: “Tem havido alguma reflexão e alguns leigos têm pensado no assunto”. A base está num grupo que se “ocupa da Doutrina Social da Igreja na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima (em Lisboa)”. “Iremos apresentar sugestões a outras instâncias” – disse. Nesta linha de reflexão, Acácio Catarino propõe “encontros regulares para apreciar os problemas sociais”. Ao olhar para a sociedade actual, o antigo assessor de Jorge Sampaio frisa que esta “é altamente preocupante” porque “há problemas fundamentais e não existem perspectivas de solução”. E finaliza: “Não é previsível que haja solução para o problema do desemprego e da Segurança Social”.