Morte de João Paulo II foi a sua última lição

O antigo “ministro dos negócios estrangeiros” de João Paulo II considera que a morte do Papa polaco deve ser lida como “uma parte integrante do seu magistério”. O Cardeal francês Jean Louis Tauran, actual presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, falava na apresentação do livro “Papa Wojtyla – L’addio” (“Papa Wojtyla – O Adeus”) do vaticanista Marco Politi, obra que percorre os últimos momentos da vida do Papa polaco, desde o agravamento da doença até às grandes manifestações populares que se sucederam à sua morte. “Depois de ler este livro, disse para mim mesmo que, de facto, João Paulo II foi um digno sucessor de Pedro”, indicou D. Tauran, para quem o Papa confirmou “com a sua morte os ensinamentos de toda sua vida”. A reflexão sobre o longo sofrimento de João Paulo II foi uma ocasião para o Cardeal francês recordar como “num mundo que valoriza a forma física, um doente também tem uma palavra a dizer ao outro, pois o sofrimento vivido de modo cristão é fecundo”. “A morte é uma passagem, mas para poder cumpri-la de modo sereno é preciso ser habitado pela esperança de encontrar Deus”, acrescentou. O historiador italiano Andrea Riccardi, fundador da Comunidade de Santo Egídio, reflectiu sobre as etapas históricas do pontificado de João Paulo II, salientando como este “era um Papa muito rigoroso, não liberal, e que no início foi muito impopular entre alguns sectores eclesiais”. Segundo Riccardi, “o segredo” de João Paulo II foi ter sido uma síntese entre “o homem que vive a verdade da fé e que exprime simpatia por todo o povo”. Na apresentação da obra esteve também a presidente da Associação das Mulheres Marroquinas na Itália, Souad Sbai, para quem a “importante mensagem do sofrimento pelo outro” de João Paulo II “também chegou a nós, árabes”, lembrando o forte impacto da visita do Papa a Casablanca, em 1985. Redacção/ANSA

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