Irena Sendler faleceu esta segunda-feira em Varsóvia, aos 98 anos. Era conhecida como «o anjo do Gueto de Varsóvia», por ter salvo do Holocausto 2500 crianças judaicas. Irena, uma assistente social, organizou e dirigiu um grupo de mais de 20 pessoas para salvar da morte certa as crianças nesse bairro da capital polaca sob a ocupação nazi. A Fundação Internacional Raoul Wallenberg qualificou Sendler como «uma das mais heróicas salvadoras católicas do Holocausto». Este trabalho levou Irena a suportar a tortura na prisão nazi e uma condenação à morte que acabou por não ser executada. Irena Sendler nasceu na Polónia, em 1910. Quando a Alemanha invadiu o país em 1939, Irena era enfermeira no Departamento de Bem-Estar Social de Varsóvia que era responsável pelos refeitórios da cidade. Ali trabalhou incansavelmente para aliviar o sofrimento de milhares de pessoas, tanto judeus como católicos. Graças a ela, estes refeitórios não só proporcionavam comida para órfãos, idosos e pobres, mas também entregavam roupa, medicamentos e dinheiro. Para evitar as inspecções, registava as pessoas sob nomes católicos fictícios ou inscrevia-as como pacientes de doenças muito contagiosas, como o tifo e a tuberculose. Em 1942, com a designação de uma área fechada para alojar os judeus, conhecida como o «Gueto de Varsóvia», as famílias só podiam esperar uma morte certa. Irena uniu-se ao Conselho para a Ajuda de Judeus, organizado pela resistência polaca, explica a Fundação Wallenberg. Conseguiu obter um passe do Departamento de Controle Epidémico de Varsóvia para poder ingressar no gueto de forma legal. Após a guerra, trabalhou para o bem-estar social; ajudou a criar casas para idosos, orfanatos e um sérvio de emergência para crianças. Em 1965 recebeu o título de Justa entre as Nações pela organização Yad Vashem de Jerusalém e em 1991 foi declarada cidadã honorária de Israel. Redacção/Zenit