Moçambique: Vaticano dá «luz verde» ao processo de canonização dos mártires do Guiúa

Notícia chega em momento de suspensão das celebrações comunitárias por causa da Covid-19

Lisboa, 04 jul 2020 (Ecclesia) – A Congregação para a Causa dos Santos (Santa Sé) reconheceu a “validade jurídica” do processo de canonização dos catequistas mártires do Guiúa, um processo conduzido pelo missionário português D. Diamantino Antunes, atual bispo de Tete.

Numa mensagem enviada à Fundação à Igreja que Sofre (AIS), o prelado recorda que os catequistas e seus familiares “foram mortos durante a guerra civil que assolou Moçambique enquanto estavam em formação no Centro Catequético do Guiúa”.

O bispo de Tete manifesta o agradecimento da Igreja de Moçambique “por mais este passo”, com vista à canonização da Serva de Deus Luísa Mafo e Companheiros, Mártires de Guiúa, assassinados em Inhambane, em 22 de março de 1992.

O processo, iniciado a 25 de março de 2017, foi encerrado, na sua fase diocesana, dois anos mais tarde, a 23 de março de 2019.

Segundo D. Diamantino Antunes, ao longo de 24 meses recolheram-se “as provas documentais referentes à morte dos Servos de Deus e ouvidas dezenas de testemunhas questionadas sobre sua a vida, obra e martírio”.

“Perante todas estas provas, o Santo Padre irá dizer se eles são mártires ou não. Se assim o considerar, e esperemos que sim, serão os primeiros beatos da Igreja em Moçambique. E representarão tantos outros que no tempo da revolução, no tempo da guerra civil pagaram um preço alto pela sua fidelidade à Igreja e a Jesus Cristo”, adiantou o antigo postulador desta causa.

O bispo de Tete publicou ainda nota sobre o prolongamento do Estado de Emergência em Moçambique, devido à pandemia de Covid-19, no qual se mantém a suspensão das celebrações comunitárias da Missa e outras celebrações e atividades, por determinação do Governo”.

“Perante esta decisão, só nos resta assumir, com sofrimento e sentido de responsabilidade, como foi a nossa atitude até hoje, as limitações impostas para enfrentar a emergência sanitária, e prepararmo-nos para que, no momento em que forem reduzidas essas limitações, possamos retomar a nossa ação pastoral com o mesmo zelo de antes”, escreve o missionário português.

OC

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Agência ECCLESIA

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