D. António Juliasse tomou posse da diocese
Lisboa, 23 mai 2022 (Ecclesia) – O novo bispo de Pemba, que este sábado tomou posse da diocese, disse que o “sofrimento continua” neste território do norte de Moçambique, pedindo ajuda para as populações de Cabo Delgado.
“Em termos do futuro, ainda temos a situação de deslocados e ainda não se sente que estamos isentos do terrorismo no nosso território”, referiu D. António Juliasse, em entrevista à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
O responsável católico assume que, entre as suas prioridades, estão a questão dos deslocados e a destruição causada pelos ataques terroristas em Cabo Delgado.
“Alerto o mundo para que não se esqueça de Cabo Delgado”, declarou.
Esta segunda-feira, o bispo vai inaugurar e entregar ao Governo dois centros de saúde construídos com o apoio do Papa Francisco, para os deslocados de Montepuez e de Chiure.
“Cabo Delgado ainda está com o problema de terrorismo e precisa da presença de todo o mundo, tanto na ajuda humanitária como também na busca de soluções conjunturais, para que Moçambique encontre e estabilize a paz e possa cultivar os caminhos de progresso. Sem a segurança, sem o fim de conflitos, sem estabilidade, o país não pode encontrar caminhos para o desenvolvimento”, apontou.
O secretariado português da AIS recorda que, desde final de 2017, cerca de três mil pessoas terão sido mortas em Cabo Delgado e mais de 800 mil foram forçadas a deixar a sua casa.
“Nós temos paróquias praticamente destruídas, temos sacerdotes que estão a viver em condições difíceis, porque abandonaram as suas missões sem terem levado nada, temos aqui crianças, idosos e outros com situações de muita necessidade, e não podemos conseguir fazer isso sozinhos”, reconhece o bispo de Pemba.
OC