Assassinato de sacerdote levou a tomada de posição pública
Cidade do Vaticano, 14 mai 2012 (Ecclesia) – A Conferência de Institutos Religiosos de Moçambique escreveu uma carta aberta na qual manifesta publicamente a sua “indignação e protesto” perante os ataques de que os seus membros têm sido vítimas no país lusófono.
No documento divulgado pelo Vaticano, os membros das congregações e ordens católicas pedem mais segurança, lembrando o recente assassinato do padre Valentim Eduardo Camale, missionário da Consolata, morto no dia 3 deste mês durante um assalto à residência dos religiosos, nos arredores de Maputo.
O documento refere que é hora de dizer ‘basta’ e considera que o pedido é subscrito pela “maior parte da população moçambicana, que procura viver honestamente e sofre com o mesmo problema da insegurança, nas ruas e em casa”.
Os religiosos e religiosas da Igreja Católica alargam a sua preocupação a outras formas de violência, como o tráfico de órgãos humanos e de pessoas, a exploração sexual, os sequestros e agressões.
“Não podemos imaginar o desenvolvimento de um país que prescinda do fator chave” que é “a segurança pública”, refere a missiva.
As autoridades moçambicanas são chamadas a cumprirem o seu “dever constitucional de garantir a segurança do povo, não só com medidas paliativas depois de terem acontecido os factos, mas através de investigações e de medidas preventivas”.
Perante o atual clima de violência, a conferência dos religiosos pede ainda que as forças de segurança tenham mais preparação e melhores salários.
A carta aberta conclui com os votos de que a morte do padre Valentim, de 48 anos, possa “estimular a busca de soluções novas para problemas velhos, para construir um país mais justo e melhor, no qual reine a fraternidade e a verdadeira paz”.
OC