Moçambique: Mensagem do Papa dirigida a Cabo Delgado mostra que «não existem guerras dignas do esquecimento», afirma bispo de Pemba

D. António Juliasse pronunciou-se sobre palavras de Leão XIV após a recitação da oração ângelus, este domingo

Lisboa, 25 ago 2025 (Ecclesia) – O bispo de Pemba, em Moçambique, reagiu este domingo à mensagem do Papa Leão XIV dirigida ao povo de Cabo Delgado, destacando a proximidade demonstrada e a importância das palavras para que a guerra não seja esquecida.

“[A mensagem do Papa] é, em primeiro lugar, um ato da sua maior proximidade para com o povo de Cabo Delgado, que sofre horrivelmente de uma guerra que iniciou em 2017 e que continua a provocar destruições de vidas, infraestruturas, bens diversos e limita a possibilidade de qualquer desenvolvimento”, afirmou D. António Juliasse, em declarações enviadas à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

Para o bispo, o convite de Leão XIV “para que esta guerra não caia no esquecimento é um grande incentivo para que os esforços pela paz sejam revigorados e o povo vítima da guerra, particularmente os deslocados internos e tantos outros que portam traumas, encontre alguma ajuda a partir da solidariedade do mundo inteiro”.

Penso que o Santo Padre está a dizer de forma muito simples que não existem guerras dignas do esquecimento, porque toda a guerra fere a vida e ultraja a dignidade da pessoa humana. Cabo Delgado continua a viver ataques vigorosos, mortes, destruições e a insegurança é generalizada”, denunciou.

A partir da janela do apartamento pontifício, no Vaticano, o Papa Leão XIV alertou este domingo para a onda de violência em Cabo Delgado, norte de Moçambique, pedindo aos responsáveis políticos que garantam segurança e paz no território.

“Expresso a minha proximidade com a população de Cabo Delgado, em Moçambique, vítima de uma situação de insegurança e violência que continua a causar mortos e deslocados”, referiu Leão XIV, após a recitação da oração do ângelus.

O pontífice convidou a rezar pelo povo da região e manifestou “a esperança de que os esforços dos responsáveis do país consigam restabelecer a segurança e a paz naquele território”.

A Fundação AIS dá conta que os ataques terroristas em Cabo Delgado têm crescido de intensidade nas últimas semanas, especialmente em julho, tendo provocado cerca de 60 mil novos deslocados, pessoas forçadas a fugir e a abandonar as suas casas e tudo o que possuem.

“Desde que começaram os ataques terroristas em Cabo Delgado, Mocímboa da Praia, em Outubro de 2017, já morreram mais de seis mil pessoas e mais de 1 milhão foram forçadas a fugir, a abandonar as suas casas e tudo o que possuíam”, informa a fundação pontifícia.

LJ/PR

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