Moçambique: Bispos preocupados com situação político-militar «em contínua deterioração»

Responsáveis católicos pedem que Governo e Renamo abandonem as armas

Lisboa, 10 nov 2015 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) manifestou publicamente a sua preocupação com a situação político-militar “em contínua deterioração” neste país lusófono e apelou ao Governo e à Renamo para que abandonem as armas.

Num “apelo”, enviado hoje à Agência ECCLESIA, os bispos católicos defendem o “abandono absoluto das armas” e a “retomada do diálogo eficaz entre as partes em conflito”, com o envolvimento da sociedade civil.

O comunicado surge após os recentes combates entre as forças armadas moçambicanas e a guerrilha do maior partido da oposição.

Os membros da CEM lamentam “incoerência entre o que se diz e o que se faz”, pedindo “respeito pelas diferenças” e gestos que promovam a paz e a reconciliação.

Para os bispos, é importante ouvir “as famílias enlutadas”, os deslocados e todas as vítimas da atual situação.

O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse esta segunda-feira em Luanda que o país deveria seguir o exemplo de Angola na questão do desarmamento dos movimentos de guerrilha transformados em partidos políticos.

A Renamo recusa reconhecer os resultados das eleições gerais de 15 de outubro de 2014 e diz ter o direito de governar em seis províncias, onde reclama vitória, sob ameaça de tomar o poder pela força.

As últimas semanas têm sido marcadas por confrontos entre as partes, estando a decorrer uma operação policial de recolha de armas da Renamo.

Este é um dos momentos de maior tensão política e militar desde o Acordo Geral de Paz de 1992, em Roma, que marcou o fim de 16 anos da guerra civil, sob mediação da comunidade católica de Santo Egídio.

OC

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