Nota Pastoral assinala 20 anos do Acordo Geral de Paz
Lisboa, 24 ago 2012 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) denunciou em nota pastoral as “práticas autoritárias” nos partidos políticos do país e considera que a paz e a democracia podem estar em perigo.
O alerta é deixado no documento ‘Construir a Democracia para perseverar a Paz’, citado hoje pela agência Lusa, que vai ser apresentado este domingo nas várias dioceses e paróquias moçambicanas.
“Não estaremos nós diante de um paradoxo de partidos que retoricamente se declaram defensores da democracia, mas efetivamente, na sua práxis interna e habitual, são autoritários?”, pergunta o episcopado.
O texto alusivo à celebração dos 20 anos do Acordo Geral de Paz, assinado no dia 4 de outubro de 1992 em Roma, questiona se “não estarão ameaçadas a democracia e a paz”.
Para a CEM, a dinâmica dos partidos políticos moçambicanos, ou “uma boa parte deles”, é imposta pelas lideranças, em detrimento do livre pensamento.
“Não terão muitos membros dos partidos políticos medo de expressar a própria opinião, quando difere da elite dirigente?”, indagam os bispos católicos moçambicanos.
Os prelados lançam também um olhar sobre a vaga de descobertas de recursos minerais em Moçambique e manifestam-se preocupados com o risco de essa riqueza se poder converter em “pesadelo”.
“Se vierem a faltar a sabedoria, a prudência e políticas justas e clarividentes na sua exploração, os recursos naturais podem tornar-se em pesadelo”, alerta a CEM.
Lusa/OC