As autoridades moçambicanas iniciaram o processo de realojamento de cerca de 107 mil pessoas afectadas pelas cheias do rio Zambeze, que se encontram em 70 centros de acomodação temporária nas províncias do centro do país. A operação, que incluiu a transferência de populações que residiam em zonas vulneráveis a cheias sazonais (nomeadamente as ilhas ao longo do rio) para locais mais seguros, conta com o apoio de técnicos de construção civil e saneamento e envolve as comunidades locais. Para o efeito, foram reservados espaços de realojamento em diversos locais ao longo do vale do Zambeze, nomeadamente nas províncias de Tete, Zambézia, Sofala e Manica (centro). A conclusão do processo de realojamento, coordenado pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), não tem ainda data marcada. No passado, em especial após as inundações que em 2001 assolaram a mesma região centro do país, verificou-se que as populações afectadas (mais de 500 mil, de acordo com registos oficiais) regressaram na sua maioria às respectivas localidades de origem, assim que rio Zambeze retomou o seu caudal. Esse regresso foi atribuído a factores como a superior fertilidade das terras nas zonas de cheias, além da mais óbvia ligação afectiva e material das populações às suas regiões de origem. No vale do Zambeze, as cheias deste ano atingiram 285 mil pessoas, 107.534 das quais foram encaminhadas para centros de realojamento temporário. Quase 122 mil das 285 mil pessoas afectadas correm ainda o risco de enfrentar uma situação de fome face à perda de colheitas nesta região do país, uma vez que cerca de 80 mil hectares de culturas diversas poderão ter ficado perdidas. Com Rádio Vaticano