Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima estão neste país asiático desde 2011 onde fundaram clínica Madre Cecília dos Santos e Centro Social Padre Manuel Nunes Formigão para ajudar desenvolvimento de população
Fátima, 15 out 2025 (Ecclesia) – A irmã Cristina Duarte Macrino está em Timor desde 2012, país onde a congregação ajuda na área da educação e da saúde, ultrapassando problemas de nutrição e língua numa população onde 60% tem menos de 20 anos.
“Fazemos todos os meses acompanhamento à população em seis aldeias onde levamos medicamentos, bens básicos e também a formação. Pretendemos ensinar as pessoas a usar bem os medicamentos, falamos sobre a importância de beber água, uma coisa básica que eles não fazem e que é quase um meio preventivo para todo esse tipo de problemas de saúde”, indica à Agência ECCLESIA a religiosa da congregação das Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima.
Problemas como a má alimentação e nutrição, resulta em diversos problemas de saúde que a população enfrenta como “tuberculose, gastroenterites, infeções respiratórias graves”; a falta de água potável, a escassez de proteína numa alimentação pobre à base de arroz e hortícolas, os diabetes e a tensão arterial alta que o “sedentarismo provocado pela falta de trabalho” não ajuda, também a lepra e “muitas doenças de pele entre recém-nascidos e adultos” caracterizam uma população que necessita ser ajudada na “educação para a saúde”.
“O governo de Timor-Leste tem muitos apoios e programas para ajudar as pessoas. Mas as pessoas, porque vivem áreas remotas, não têm meios para poder se deslocar aos hospitais e às clínicas. Criamos a nossa clínica perto da montanha para acompanhar de perto as necessidades mas no tempo em que há chuva não podemos andar nas montanhas e nas aldeias onde há só lama, pedras e é perigoso”, conta a religiosa.
A clínica Madre Cecília dos Santos desenvolve, desde 2020, o seu trabalho na área da prevenção e acompanhamento aos dementes e na área de acompanhamento materno-infantil, com sala de partos, acompanhamento a mulheres no pré e pós parto, com profissionais que trabalham na clínica e fora dela em formação às populações.
O centro social Padre Manuel Nunes Formigão, o primeiro projeto oficial inaugurado em 2015, promove atividades lúdicas para crianças e jovens, fornecendo também a alimentação às cerca de 400 crianças, entre os 4 e os 15 anos, que encontram naquele espaço um apoio à formação escolar.
A irmã Cristina Macrino fez a profissão religiosa aos 24 anos, em 1994, e já como religiosa formou-se em enfermagem.
“A enfermagem completa muito a nossa doação, a nossa consagração a Deus, porque para mim o mais importante é a dignidade humana, a pessoa humana está acima de tudo e é a maior criação de Deus. Cuidar da pessoa humana, na sua forma mais fraca e mais vulnerável, fascina-me. Eu gosto muito de ser enfermeira, muito, muito mesmo e, de alguma forma, concretiza o carisma reparador, de cuidar e de levar o bem onde está o mal”, explica.
Nascida na aldeia de Barrio, em Alcobaça, a irmã Cristina Macrino recorda o testemunho da tia-avó religiosa da congregação das Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima, que uma vez por ano visitava.
“Eu gostava imenso deste ambiente. Era um ambiente de silêncio, um ambiente de amabilidade, as pessoas sorriam muito. Era um ambiente diferente que me cativava imenso mas eu não compreendia. À medida que eu fui crescendo, fui percebendo que a Nossa Senhora de Fátima e a mensagem de Fátima aos pastorinhos, levava-me a conhecer alguma coisa mais do que só visitar. Aos pucos começou a nascer este desejo de gostar de ser como a minha tia”, recorda.
Há 13 anos em Timor, primeiro país de missão da religiosa, a irmã Cristina fala de um povo “maravilhoso, amável, sereno”, com grande “sentido de gratidão e muito religioso”, mas que necessita de muita ajuda.
A conversa com a irmã Cristina Duarte Macrino pode ser escutada no programa ECCLESIA, emitido esta noite na Antena 1, e disponibilizado no poscast «Alarga a tua tenda».
LJ/LS