Missionários Consagrados

O testemunho dos consagrados destaca-se de todos os outros projectos pela gratuidade da sua entrega e perdurabilidade da sua presença Toda a vida consagrada é missionária. Inserida no coração da Igreja, é por natureza missionária (AG 2). Os valores evangélicos que professa, o estilo de vida comunitário e o serviço apostólico que realiza “ad vitam” são expressão e anúncio da Boa Nova sempre actual de Jesus vivo. Os institutos de vida consagrada, que têm como carisma a missão “ad gentes”, devem ser sinais proféticos da missionaridade essencial de toda a Igreja e, por consequência, de toda a vida consagrada. É um desafio permanente à abertura aos que estão fora da Igreja e à comunhão com as Igrejas irmãs. É esta caridade missionária que a faz com que a Igreja seja aquilo que é: Católica (universal). Na Igreja local de origem, os missionários consagrados promovem a animação missionária. Alertam para necessidade de uma pastoral missionária e não apenas de manutenção. A pastoral missionária cuida dos que já são crentes e forma-os para que se tornem, por sua vez, evangelizadores junto dos baptizados não evangelizados (nova evangelização) e missionários dos que não crêem nem conhecem Jesus Cristo (missão “ad gentes”). A animação missionária tem também como objectivo a promoção da comunhão solidária com os mais necessitados das outras Igrejas locais. A caridade faz do irmão que está longe um irmão próximo. Os missionários consagrados têm a tarefa de lhes dar rosto, nome e voz por meio da imprensa escrita, do testemunho missionário e da apresentação de projectos concretos de inter-ajuda. Nos países de acolhimento missionário, a vida consagrada enriquece as igrejas locais com o seu carisma e espiritualidade. Torna-se sinal claro e concreto da comunhão entre igrejas. Promove uma cultura vocacional que prepare o futuro duma Igreja com rosto autóctone e missionária. Desenvolve uma pastoral missionária com grande protagonismo dos leigos na vida e na missão da Igreja. Está atenta às necessidades reais do povo que o acolheu promovendo o desenvolvimento na saúde, na educação, na capacitação técnico-profissional e na formação para os valores cristãos e da cidadania. Os países em vias de desenvolvimento estão habituados a receber muitos estrangeiros que vêm desenvolver projectos concretos. O testemunho dos consagrados contrasta com o destes pela gratuidade da sua entrega e perdurabilidade do seu projecto. Os missionários não partem quando terminam o projecto ou a sua vida corre perigo, não ficam apenas nos grandes centros, mas vivem no meio do povo, em missões do interior de difícil acesso, sem holofotes da comunicação social. Os missionários consagrados despertam, formam e enviam leigos missionários para fora do seu país. Este movimento de leigos começa a ganhar corpo e estrutura. A comunicação social e o povo em geral admiram a generosidade e o carácter voluntário destes leigos que dão mais ou menos tempo da sua vida à missão, junto dos mais desfavorecidos. No entanto, a maioria deste voluntariado nasceu, é formado e acolhido pelos missionários consagrados. É um trabalho discreto que os consagrados fazem com alegria, pois sabem que o importante é que todos na Igreja despertem para a missão. Tudo o que os missionários consagrados fazem pelas igrejas locais e pelo desenvolvimento humano é importante e notório, mas mais determinante é que a sua vida seja um testemunho do absoluto de Deus num mundo secularizado e fechado sobre si mesmo. A vida contemplativa é neste sentido a expressão mais clara da missão. Um estilo de vida comunitário, vivido muitas vezes em comunidades multiculturais, é um testemunho visível da fraternidade universal querida por Deus. A vida comunitária inspirada pelos conselhos evangélicos é a verdadeira expressão da missão. Viver em êxodo permanente e num dinamismo de comunhão visível entre igrejas é a condição de “discípulo do Caminho” a que todo o baptizado é chamado. Pe. José Augusto Leitão Presidente dos IMAG

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