Os Missionários do Verbo Divino (svd), reunidos em Capítulo Geral (Assembleia Internacional da Congregação), em Roma, denunciaram “as ameaças de morte” que os padres Edilberto Sena e José Boeing, svd, têm recebido na região amazónica do Brasil. O comunicado, enviado à Agência ECCLESIA, refere-se ainda à “pressão que está a sofrer a diocese de Santarém (no Pará, ndr), representada pelos seus Bispos e todos os movimentos sociais organizados”. “Tais ameaças também nos afectam, porque os mesmos estão a realizar um trabalho que está de acordo com nossa missão no mundo”, refere o Pe. Antonio Pernia, Superior Geral e presidente do Capítulo, em nome dos 149 participantes que representam os 6102 Missionários do Verbo Divino que trabalham em 70 países do mundo. Os religiosos pedem, por isso, “a possibilidade de um diálogo aberto sobre o problema do agro-negócio, na qual as partes afectadas estejam representadas da mesma forma que a sociedade civil”. É ainda requerida a imediata investigação dos factos, por parte da procuradoria da república e da policia federal, bem como a protecção às pessoas ameaçadas de morte. Já na passada semana, Bispo brasileiro Lino Vombommel denunciara as ameaças de morte de que têm sido alvo vários religiosos a trabalhar na Amazónia, que se opõem à actividade da empresa norte-americana “Cargill’, dedicada à cultura da soja – cujo cultivo tem tido um efeito devastador nas florestas da região. Os missionários do Verbo Divino exigem que a “Cargill” apresente o Relatório de Impacto Ambiental sobre a implantação da mesma em Santarém, no estado amazónico do Pará. No ano passado, a Igreja Católica no Brasil foi abalada pelo assassinato da Ir. Dorothy Stang. religiosa norte-americana foi morta em Anapu, Pará, na Amazónia, a 12 de Fevereiro de 2005. A missionária de 73 anos defendia a exploração sustentável da Amazónia e os camponeses do Pará, liderando um projecto de instalação de camponeses sem terra. A Ir. Stang tinha sido ameaçada de morte por fazendeiros, madeireiros e latifundiários da região.
