Missionário no meio da guerrilha

Cândido Magalhães, português, na Colômbia há 11 anos Presença incontornável na Colômbia, a guerrilha acaba por obrigar a uma actuação muito particular no terreno, afirma o missionário Cândido Magalhães. “Os grupos à margem da lei não condicionam mas não deixam que proclamemos a injustiça tão abertamente”, afirma o missionário da Consolata, na Colômbia há 11 anos. De passagem por Portugal, Cândido Magalhães referiu aos 40 participantes do encontro anual dos Amigos Missionários da Consolata (AMC) o cuidado que é necessário para lidar com os grupos armados. “Temos que ser cautelosos com o modo como dizemos as coisas”, sobretudo porque “quando se fala de longe, do púlpito, eles não aceitam”. Da sua experiência, Cândido Magalhães refere que a guerrilha é muito particular já que ao falar com os guerrilheiros, individualmente se encontram pessoas humanas, com sonhos e ideais mas, quando estão em grupo são “robotizados, perdem a consciência de ser enquanto pessoa para ser um grupo que precisa de se afirmar”. Muitos dos camponeses vivem do que a plantação de cocaína lhes dá. Ainda que seja ilegal, os missionários não podem condenar as pessoas por isso. “Nós não dizemos às pessoas que deixem de cultivar mas sim, ajudamo-las a tomar consciência que deveriam cultivar milho” além de outras culturas. Aos participantes nesta Assembleia dos AMC pediu apoio para a Colômbia. “Que nasça este desejo de ajudar a Colômbia que tanto necessita, não tanto materialmente mas, também espiritualmente”.

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