Missão na América Latina deve começar já

Prefeito da Congregação para o Clero fala dos desafios da Conferência de Aparecida O Prefeito da Congregação para o Clero, o Cardeal Claudio Hummes, destacou que a grande missão continental que será lançada no final da V Conferência Geral “deve nascer de nossa abertura ao impulso do Espírito Santo e assim constituir-se num novo Pentecostes”. Durante sua intervenção na V Conferência Geral do Episcopado e do Caribe na manhã de ontem, dia 24, o Cardeal indicou que “esta V Conferência é uma oportunidade única que Jesus Cristo nos oferece para decidir uma Grande Missão Continental” na América Latina, que “vai exigir uma acção decidida das Conferências Episcopais, das dioceses, das paróquias e de todas as formas de associação de fiéis”. Ao recordar as palavras do Papa Bento XVI no seu encontro com os bispos do Brasil, o Cardeal indicou que o Papa lhes disse que “não evangelizamos o suficiente os que baptizamos” e eles “têm o direito de ser evangelizados por nós, porque no momento de baptizá-los nós assumimos o compromisso de evangelizá-los e conduzi-los a Jesus Cristo”. “Daí que uma Grande Missão Continental para a procura destes católicos pouco evangelizados, não é uma forma de proselitismo nem de anti-ecumenismo, porque se trata daqueles que baptizamos”, explicou. Já em conferência de imprensa, o Prefeito para a Congregação do Clero particularizou que “a missão deve começar já. Fará falta que se precise, mas o processo deverá começar imediatamente. Não tem prazo de término. Deverá continuar e fazer parte da dinâmica diária das comunidades católicas. Ela deve ser permanente”. “Devemos encontrar formas para que os leigos” possam “testemunhar com a sua vida e seu exemplo, e também com suas palavras a coerência com o Evangelho. A palavra servirá para explicitar por que o missionário actua e vive dessa forma. Será uma metodologia bastante diferenciada de acordo com cada ambiente”, disse o Cardeal Hummes. “As comunidades devem nascer da Eucaristia, aonde se viva intensamente a palavra de Deus. Para voltar a despertar a fé. O apoio das comunidades será fundamental. Queremos ir em busca de nossos baptizados”, concluiu. Documento Final Entretanto o Diretor da Sala de Imprensa da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, explicou que o Documento Final deste evento eclesiástico “não vai ser dado a conhecer em 31 de Maio” mas sim um ou dois meses depois. “A 11 de Junho o documento vai ser entregue, em audiência, ao Papa, e um ou dois meses depois será divulgado”, explicou D. Jorge Lozano, Bispo de Gualeguaychú. No dia 31, no entanto, uma mensagem final da Assembleia vai ser dirigida aos povos da América Latina. Do mesmo modo, o Prelado argentino ressaltou que esta reunião episcopal “não é uma câmara legislativa de um determinado país. Dão-se orientações pastorais que não são de aplicação imediata. As nossas comunidades esperam com ansiedade, mas a implementação é progressiva”, referiu acrescentando ainda que os bispos “não se reúnem para assinar um texto feito meses antes por alguns colaboradores”. Este encontro requer um “clima de estudo, reflexão, diálogo sereno e discernimento”, prosseguiu. D. Lozano informou também que “a presidência do CELAM e todos os que estão a trabalhar terminam seu período de serviço em Julho e haverá uma assembleia aonde se vão renovar todas as autoridades do CELAM que será em Cuba. Esta assembleia vai recolher algumas destas orientações para organizar programas de trabalho para os próximos quatro anos”.

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