Missão: Jovens Sem Fronteiras partilham alegria e conhecimento na Diocese da Guarda

«Perguntam-nos porque é que estamos aqui, porque não estamos na praia, a descansar» revela padre Tiago Barbosa

Guarda, 14 ago 2014 (Ecclesia) – Um grupo de Jovens Sem Fronteiras está a realizar uma semana missionária, que termina este domingo, em Avelãs de Ambom, na Guarda, uma “lufada de ar fresco” que anuncia Cristo numa aldeia marcada pela desertificação e uma população envelhecida.

“Encontrarmo-nos com as pessoas que muitas vezes perguntam-nos o que vimos fazer, porque é que estamos aqui, porque é que não estamos na praia, porque é que não estamos a descansar”, revela o padre Tiago Barbosa, dos Missionários do Espírito Santo (Espiritanos) sobre as pessoas que encontram em “aldeias que estão praticamente em silêncio”.

O sacerdote que está a acompanhar a semana missionária considera que estas experiências “encarnam” o pedido do Papa: “Sermos uma Igreja em saída ao encontro com as pessoas.”

O padre Tiago Barbosa comenta que “a grande escola da missão” realiza-se com dois vetores, “a fraternidade e a comunidade” e considera que o que tem marcado o grupo é a vida comunitária.

“Esperar pelo outro, fazer a comida, rezarmos juntos e isso tem impactado as pessoas porque somos de diferentes zonas do país e esse é um grande testemunho que damos como Igreja”, acrescentou o sacerdote.

Segundo Inês Santos, coordenadora da Semana Missionária dos JSF, “está tudo a correr bem” até porque todos já sabiam que iam para uma aldeia do interior “passar uma semana com idosos e crianças, tanto de Avelãs de Ambom como de aldeias vizinhas”.

“No princípio custa aproximarmo-nos de pessoas que não conhecemos mas isso faz-nos crescer, aprender a conversar, ouvir o que têm para dizer e também ensinar, com a nossa juventude, o pouco que ainda temos e sabemos”, explica.

José Almeida, presidente da Associação para a Promoção Social, Cultural e Ambiental de Avelãs de Ambom, a presença dos JSF na aldeia foi uma oportunidade que agarram “com unhas e dentes” porque sentiram que “podiam ser uma lufada de ar fresco” na vida da população idosa que recusa abandonar as suas casas e a sua terra.

“É uma oportunidade quase única para darmos uma nova vida à aldeia nestes dias trazer gente nova com uma forma de estar na vida com a qual estamos perfeitamente alinhados, com a fé por base, e que vieram de vários pontos do país para conviver connosco e conhecer a nossa realidade”, desenvolveu.

Para o presidente da Associação para a Promoção Social, Cultural e Ambiental de Avelãs de Ambom, nesta relação geracional “há uma troca de vivências e experiências muito interessante” porque os jovens com a sua “alegria, vitalidade, irreverência” vão conhecer e contactar com as pessoas com “muitos anos de experiência de vida de labores na agricultura, diferente de onde vivem”.

Do programa desta semana, que começou no dia 7 de agosto e termina este domingo, existem vários momentos de contacto com a população na eucaristia ou na visita aos lares e centros de dia

Esta sexta-feira e sábado os JSF participam ativamente nas festa das aldeia, com animação da Missa, na rua ou na quermesse e no bar e vão também animar o terço missionário, participar no baile e fazer pão com as crianças.

Pedro Pires, que já participou em vários projetos, comenta que é preciso participar com “coragem, ousadia e sem medo” até porque não estão sozinhos mas participam como “uma só família, os Jovens Sem Fronteiras”.

“Fazendo barulho, cantando anunciando o nome de Jesus. Nós somos jovens, somos sem fronteiras e não podemos olhar a barreiras e temos pensar que se é ali que Cristo nos quer vamos lá chegar”, desenvolveu.

HM/CB

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Agência ECCLESIA

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