Missão depois dos 40

Nuno Remédio interrompeu carreira profissional e esteve dois anos em Angola

Foi já com uma carreira profissional estabilizada que Nuno Remédio realizou o sonho de partir em missão. Uma decisão concretizada aos 40 anos de vida através da associação Leigos para o Desenvolvimento.

Estar num país diferente, viver em comunidade e trabalhar com jovens são três marcas que este engenheiro elege nos dois anos que passou na missão do Uige, em Angola.

“Surgiu na altura que tinha de surgir”, explica, reconhecendo que a sua resposta ao desejo de partir acalmou um “chamamento” que “ganhou forma na idade adulta”.

Nuno Remédio interrompeu a carreira de engenheiro em Portugal e embarcou em comunidade para o desconhecido.

O primeiro impacto ao chegar a Luanda foi de “confusão”. “Uma cidade africana com muita confusão para quem não está habituado a estes países”, recorda à Ecclesia.

Dois dias passados na capital angolana, “uma cidade simpática, uma região bonita com clima quente e húmido, onde senti que me ia dar muito bem” e partiu para a missão que o esperava.

Foram dois anos de actividades múltiplas. Nuno Remédio dedicou-se ao ensino de matemática e de informática, geriu um centro de informática, ministrou formação humana e contribuiu ainda na área da construção civil.

Mas é do tempo passado com os jovens que guarda maiores recordações, participando em actividades com grupos de jovens da comunidade. Um trabalho pastoral que os Leigos para o Desenvolvimento assumem em colaboração com a diocese local.

Os projectos desta associação são desenvolvidos em comunidade, de três a cinco elementos que é, indica Nuno Remédio, o centro de decisão e de uma decisão partilhada. Uma marca destacada pelo engenheiro.

“A comunidade é uma peça fundamental, pois não partimos sozinhos, mas em comunidade”, refere, destacando que a vivência comunitária “é importantíssima e fica para o resto da vida”.

O sentir-se parte integrante de uma cadeia, quer nos projectos Ad gentes como na missão em Portugal, é assumir que a missão não é exclusiva lá fora.

“Todos estamos sempre em missão, seja fora ou cá dentro. Nós só estamos em missão noutros países porque outros estão cá em missão e possibilitam o trabalho dos leigos fora de Portugal”, indica.

Partir novamente não está excluído, mas “por enquanto tenciono passar algum tempo em Portugal e talvez mais tarde voltar a sair”.

Esta semana o programa Ecclesia na Antena 1 dá conta de testemunhos de missão.

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Agência ECCLESIA

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