A publicação do Motu Proprio de Bento XVI que liberaliza a celebração no antigo Rito não deverá ter um grande impacto no nosso país. Segundo o secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Carlos Azevedo, apenas “grupos minoritários” deverão celebrar segundo o Missal de 1962, com o Rito de São Pio V, anterior ao Concílio Vaticano II. Este responsável lamentou que se tenha feito passar a ideia de que “agora a Missa ia voltar a ser em Latim, ia passar a ser de costas para o povo”, pedindo que os meios de comunicação social não deturpem a situação e transmitam “o teor do Motu Proprio”. “Penso que em Portugal serão pouquíssimas as pessoas, com saudades ou nostalgia dos tempos anteriores, a querer usar o ritual de 1962, aprovado pelo Papa João XXIII”, indicou o Bispo Auxiliar de Lisboa. A variedade de ritos, assinalou, “não quebra a unidade da Igreja, antes pelo contrário, é para que essa quebra não exista que o Papa faz esta concessão”. A celebração dos Sacramentos segundo o antigo Rito exige pessoas “preparadas”, mas D. Carlos Azevedo indica que “a maioria dos padres” não conhece o ritual nem nunca celebrou no mesmo. Comentando este “desejo do antigo”, o secretário da CEP pede mais qualidade nas celebrações, segundo o novo ritual, desde a música às homilias, respondendo às “verdadeiras aspirações” dos fiéis.