Misericórdias: União critica atrasos do Ministério da Saúde no pagamento de dívidas

Presidente da instituição admite situações de rutura

Fátima, Santarém, 21 abr 2012 (Ecclesia) – O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) acusou hoje o Ministério da Saúde de atraso no cumprimento das suas obrigações e sublinhou que há instituições em situação de rutura.

Manuel Lemos disse à Lusa que as situações mais graves estão a ser vividas na zona Centro do país e apontou o dedo aos responsáveis da Administração Regional de Saúde do Centro pela sua “total insensibilidade”.

Este responsável assinalou que, dos 35 a 40 milhões em dívida por parte do Estado, é preciso receber no imediato um terço desse montante, caso contrário vai assistir-se a uma “diminuição brutal da cobertura social” do país.

“As Misericórdias não fazem greves, não fazem boicotes: caem para o lado”, alertou.

Fátima acolheu hoje uma assembleia-geral da UMP que reuniu mais de 200 associados, durante o qual foi destacada a cooperação do Ministério da Solidariedade e Segurança Social, mas o Ministério da Saúde foi alvo de todas as críticas.

Manuel Lemos sublinhou “os testemunhos pungentes dos senhores provedores pelo facto de o Ministério da Saúde não estar minimamente a cumprir o que acordou” com as diversas instituições.

“Uma das mensagens que hoje recebi de uma delas [Misericórdias] dava conta de que a partir de hoje não garantia o aquecimento no local onde estão os doentes, por não conseguir pagar aos fornecedores”, revelou.

A UMP coordena cerca de 400 Santas Casas de Misericórdia em Portugal, ligadas à Igreja Católica, e apoia a fundação e recuperação de organismos similares em Angola, Moçambique, Timor e São Tomé e Príncipe, bem como nas comunidades de emigrantes.

OC

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