Assembleia geral deixou preocupações por causa da crise e elogios ao Papa Francisco
Lisboa, 15 abr 2013 (Ecclesia) – O presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) admitiu hoje escrever “ao primeiro-ministro, ao presidente da República e ao Tribunal Constitucional” se o Ministério da Saúde não cumprir os acordos estabelecidos.
Manuel Lemos acusou os responsáveis do setor de “total falta de diálogo e de compreensão” e de “não querer cumprir os compromissos assumidos”, deixando as instituições “incapazes de desenvolver a sua atividade”.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o presidente da UMP realçou que “apesar dos esforços” e da tentativa de fazer “mais com menos”, “parece que existem dois governos”.
A preocupação centra-se em particular na abertura da rede de cuidados continuados, para a qual o Ministério da Saúde diz não ter dinheiro, enquanto as Misericórdias afirmam ter ideias “para trocar com o Governo”, procurando que no quadro de “grande exigência” que se vive se possam abrir as unidades de saúde.
“Há mais de mil pessoas em lista de espera”, lamenta Manuel Lemos, o qual assinala ainda que “existe uma dificuldade crescente das Misericórdias em responder à extensão da crise social”.
O presidente da UMP sublinha que “há um contrato assinado com o Estado” e que “há dinheiro” porque “são públicas as notícias dos médicos que ganharam milhões e que alguns hospitais continuam a funcionar e não têm doentes”.
Manuel Lemos acrescenta que os propósitos primeiros da UMP são “éticos-morais” e só depois são “financeiros”, porque “não se pode colocar as pessoas na rua”.
O presidente deste organismo revelou também que na assembleia geral da UMP, realizada este sábado em Fátima, foi “aprovada por unanimidade e aclamação uma saudação ao Papa Francisco que acentuou a opção preferencial pelos pobres”, sublinhando que o novo pontífice “representa um suplemento de alma e uma força para se continuar a fazer o trabalho”.
A UMP coordena cerca de 400 Santas Casas de Misericórdia em Portugal, ligadas à Igreja Católica, e apoia a fundação e recuperação de organismos similares em Angola, Moçambique, Timor e São Tomé e Príncipe, bem como nas comunidades de emigrantes.
LFS