Misericórdias de Portugal chamadas à União em Braga

Congresso nacional começa hoje Começa hoje, em Braga, o VIII Congresso Nacional das Misericórdias, um momento alto na vida daquelas seculares instituições que são chamadas ao apelo colectivo para que juntam forças, de forma a poderem ter uma voz cada vez mais respeitada e uma postura mais credível face ao Estado e nas comunidades que servem. Até Sábado, as Misericórdias debatem várias temáticas como os Cuidados Continuados Integrados de Saúde e as políticas sociais do envelhecimento, que urgem uma resposta por parte dos parceiros sociais, um lugar comum onde se situam aquelas instituições. Braga serve de cenário e o campus de Gualtar da Universidade do Minho é palco para o congresso que é reunido sob o lema “Modernidade e Boas Práticas”. Partindo da discussão sobre o papel que as Misericórdias desempenham neste primeiro quartel do século XI e afirmação das mesmas como actores maiores na sociedade portuguesa, o VIII Congresso Nacional das Misericórdias irá abordar, entre outros temas, as políticas sociais do envelhecimento e os Cuidados Continuados de Saúde (Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados), pontos em que as Misericórdias Portuguesas surgem como parceiro fundamental e actuante. Não faltam temas relevantes ao congresso, quer no que respeita ao relacionamento para fora como no plano interno. Neste último domínio, Ernâni Lopes vai apresentar um estudo sobre o Modelo Organizacional para as Misericórdias, sendo que também serão debatidas as relações entre as Misericórdias e as Câmaras Municipais, com contributos da própria Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP). Entre os diversos oradores, destaque para as presenças de: Pedro Marques, secretário de Estado da Segurança Social; Inês Guerreiro, coordenadora da Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados; Ernâni Lopes, economista e docente da Universidade Católica Portuguesa; Carmen Pignatelli, secretária de Estado Adjunta e da Saúde; e Fernando Ruas, presidente da ANMP. As sessões solenes de abertura e de encerramento são presididas, respectivamente, pelo ministro do Trabalho e Solidariedade Social, José Vieira da Silva, e pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. Na abertura do VIII Congresso Nacional das Misericórdias destaque ainda para um desfile histórico que reúne representações de centenas de Misericórdias do país e associações ligadas às Misericórdias. Entoando os seus cânticos, acompanhados de bandas de música e empunhando os seus estandartes, bandeiras e opas, as Misericórdias vão desfilar por um percurso pedonal entre a igreja do Hospital de São Marcos, Largo Carlos Amarante e o Largo do Paço. Congresso de Braga pode tornar-se marco histórico A organização do VIII Congresso Nacional das Misericórdias pretende que, de futuro, o mesmo seja referenciado como um marco na já longa história das Misericórdias Portuguesas, concretamente, na sua afirmação como «parceiros sociais fundamentais que querem ser reconhecidos numa complementaridade ao Estado», afirmou ao Diário do Minho, Bernardo Reis, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Braga e responsável executivo pela organização do congresso. A reunião magna das Misericórdias conta com cerca de 500 inscritos, representando mais de duas centenas de Misericórdias portuguesas, para além de representações de instituições irmãs de Espanha, Itália e Luxemburgo. Acreditando que, de futuro, nada será igual após o congresso de Braga, Bernardo Reis refere que o mesmo terá «uma importância muito grande num novo dinamismo das Misericórdias, na sua maior abertura e visibilidade, numa gestão mais profissionalizante e num entrosamento maior como parceiro com o Estado e outras instituições sociais».

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