Instituições apostaram na arte para retratar uma «identidade comum» que querem continuar a consolidar
Lisboa, 09 out 2014 (Ecclesia) – A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) promoveu recentemente em Lisboa uma exposição dedicada a Nossa Senhora da Misericórdia, intitulada “A Senhora do Manto Largo: um olhar contemporâneo”.
Na edição mais recente do Semanário ECCLESIA, o presidente daquele organismo justifica a iniciativa com a vontade de sublinhar, no meio da sociedade, que apesar dos seus 500 anos de história as Santas Casas continuam a ter no país “a força da modernidade e atualidade”.
Isto porque a necessidade de chegar “a todos”, sobretudo aos mais carenciados, prefigurada na representação de Nossa Senhora “com os braços abertos” e o “manto estendido”, continua bem presente “nos dias de hoje”, aponta Manuel Lemos.
Por outro lado, aquele “símbolo” mostra ainda “uma relação que tem inspirado” a ação das Misericórdias “desde sempre: a relação entre corpo, alma e espirito. Entre o céu e a terra. Entre o divino e o humano”.
Um aspeto que está profundamente enraizado na “identidade” das instituições que compõem a UMP, aponta Miguel Lemos, já que elas se regem “sobretudo por duas grandes linhas orientadoras”, as “obras de misericórdia corporais e as obras de misericórdia espirituais”.
“É certo que os tempos são de urgência corporal e material. Dar de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede”, mas “a face espiritual continua a ser e certamente será um elemento fundamental para a construção e consolidação da nossa identidade comum”, frisa o presidente da União das Misericórdias Portuguesas.
Organizada em parceria com a Cooperativa Árvore, a exposição reúne “25 telas de 19 artistas contemporâneos”.
Destaque para a participação de autores como Augusto Canedo, Benvindo de Carvalho, Evelina Oliveira, Graça Martins, Horácio Frutuoso, Joana Rêgo, Luís Melo, Mário Bismarck e Vítor Costa.
Além de Lisboa, os trabalhos já passaram entretanto pelas cidades do Porto e de Braga.
JCP