Obra da Casa de Acolhimento do Mosteiro Trapista de Santa Maria, iniciada em 2019 e estimada em seis milhões de euros, é um grande «dom» que Deus concede, assinala bispo de Bragança-Miranda
Miranda do Douro, 23 out 2024 (Ecclesia) – O Mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja em Palaçoulo foi inaugurado hoje, em Miranda do Douro, na Diocese de Bragança-Miranda, dando vida a um sonho que nasceu em 2016.
“Neste momento sentimos este mosteiro como um grande, grande dom que Deus nos concede”, afirmou o bispo de Bragança-Miranda, em declarações aos jornalistas, agradecendo a quem o tornou possível “de tantas maneiras”.
D. Nuno Almeida assinala que este foi um sonho que se foi concretizando, “através de mãos de técnicos, de benfeitores, e sobretudo através da comunidade de monjas”, caracterizando-a como “maravilhosa”, que permanecerá naquela casa e na diocese sempre para acolher quem ali quiser ir.
“É uma grande responsabilidade para a nossa diocese de apoiarmos, de acompanharmos e sobretudo de convidarmos pessoas, em especial os mais jovens, as crianças e os jovens, a conhecerem, a virem, a poderem passar aqui um dia, uma tarde ou uns dias, a tomarem contacto com esta comunidade e, sobretudo, com a alegria que irradia no olhar, nas palavras e nos gestos das irmãs desta comunidade de monjas”, assinalou.
Além do Mosteiro, foi também inaugurado a hospedaria da comunidade trapista de Santa Maria Mãe da Igreja.
O bispo de Bragança-Miranda destacou a casa de acolhimento como uma forma de atrair e convidar as pessoas a visitarem as “terras belíssimas de Trás-os-Montes”.
“Haver um mosteiro como este vai atrair pessoas do nosso país, pessoas de outros países, que já está a acontecer, eu sempre que vim aqui encontrei pessoas a falar outra língua”, salientou.
D. José Cordeiro, atual arcebispo de Braga, esteve envolvido na fundação do Mosteiro de Palaçoulo, na Diocese de Bragança-Miranda, quando em 2016 visitou o mosteiro italiano de Vitorchiano, onde se encontrou com responsáveis da comunidade.
“São milhares de pessoas envolvidas neste sonho. Ela aconteceu no Ano Santo da Misericórdia, em 2016, é um sinal que quer também significar que os sonhos acontecem, porque Deus sonha sempre em grande e quando há colaboradores no seu sonho, a luz acontece”, disse, em declarações aos jornalistas.
O arcebispo de Braga assinalou que o grande sinal e o “sonho maior para além da construção e da feliz realização” do Mosteiro de Palaçoulo “é o surgimento de novas vocações”.
“Neste momento, já estão 3 jovens portuguesas. Na comunidade já são 13. A perspetiva é da fecundidade espiritual deste mosteiro. Há em perspetiva a entrada de outras jovens portuguesas e é o maior dom da graça deste encontro com Cristo”, destacou.
O padre António Pires, pároco de Palaçoulo, falou que a construção do Mosteiro de Palaçoulo resultou de “verdadeiro sínodo”, em que muitas pessoas e entidades colaboraram juntas.
“Em momento nenhum perante as dificuldades, perante alguns atrasos que é normal, nunca duvidei e, por isso, hoje é um dia feliz, mas todos os dias desde o princípio até agora foram dias felizes, não foram dias de sacrifício, foram dias de benefício é assim que eu me sinto”, referiu.
O Mosteiro Trapista de Santa Maria da Igreja, em Palaçoulo, pertence à Ordem Cisterciense da Estrita Observância, que tem as suas raízes no novo Mosteiro de Citêaux (França), fundado por 21 monges beneditinos, em 1098.
Fundado em 2019 pelo Mosteiro de Vittorchiano, este é o primeiro mosteiro trapista em Portugal e pode acolher 40 monjas, numa obra estimada em 6 milhões de euros.
A comunidade tem, atualmente, 10 monjas, a mais nova com 36 anos e a mais velha com 83 e vieram todas de Itália, do Mosteiro Trapista de Nossa Senhora de São José, em Vitorchiano, perto de Roma.
O mosteiro já acolhe três portuguesas: uma noviça e duas postulantes.
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