Irmã Guisy Maffini fala num dia que confirma a «estabilidade» das monjas trapistas em Portugal
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Miranda do Douro, 23 out 2024 (Ecclesia) – A madre superior da Mosteiro Trapista de Santa Maria da Igreja, em Palaçoulo, Miranda do Douro, afirmou hoje que a inauguração daquele edifício representa o encontro com a vocação que fez no passado.
“É a concretização para mim de um encontro que fiz há muitos anos com a minha vocação e com a realidade de Vitorchiano”, disse a irmã Giusy Maffini, em declarações aos jornalistas.
O mosteiro da comunidade trapista de Santa Maria Mãe da Igreja, em Palaçoulo, (Miranda do Douro), foi inaugurado hoje oficialmente, após começar a ser idealizado em 2016.
D. José Cordeiro, na altura bispo de Bragança-Miranda, visitou, naquele ano, o mosteiro italiano de Vitorchiano, onde presidiu à celebração eucarística e, no final, encontrou-se com as irmãs responsáveis da comunidade.
“É um dia em que se confirma a nossa estabilidade cá”, realçou a superiora da comunidade, aos jornalistas.
Atualmente, a comunidade tem 10 monjas, a mais nova com 36 anos e a mais velha com 83 e vieram todas de Itália, do Mosteiro Trapista de Nossa Senhora de São José, em Vitorchiano, perto de Roma.
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Sobre o dia a dia das monjas trapistas, a irmã Giusy Maffini dá conta que “a vida é muito simples” e “semelhante em cada mosteiro”.
“Eu gosto imenso desta paisagem, deste território, deste lugar”, refere.
O Palaçoulo foi o lugar escolhido para construir o Mosteiro e, segundo a superiora da comunidade, “convida” ao silêncio, algo que é mais difícil em Itália.
As monjas trapistas levantam-se todos os dias às 3h40 para 20 minutos depois estarem na igreja, onde vão sete vezes por dia.
“Trabalhamos e o desafio é tornar fecunda esta terra. As amêndoas deram bom fruto”, explica, referindo que estão “a produzir compotas, biscoitos, amêndoas”, para “ganhar a vida” e poder “acolher as pessoas”.
A hospedaria da comunidade trapista de Santa Maria Mãe da Igreja foi também hoje inaugurada, tendo sido projetada para acolher o máximo de 40 pessoas, estando equipada com quartos que prestam à hospitalidade de grupos e famílias.
As monjas trapistas do Palaçoulo vendem também produtos online, nomeadamente iguarias, cabazes, livrinhos, porta-chaves e terços.
O Mosteiro foi fundado por 10 monjas italianas e já acolhe três portuguesas: uma noviça e duas postulantes.
“Foi uma lindíssima surpresa este verão ver que há muitos jovens que estão à procura da sua vocação, independentemente de nós, mas têm uma pergunta sobre a própria vida e isso é belíssimo”, ressaltou.
CB/LJ/PR