Milhares no adeus ao Cónego Melo

A celebração das exéquias de Mons. Eduardo Melo Peixoto, presidida pelo Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga, aconteceu esta Segunda-feira às 16horas, finda a qual o corpo do Cón. Melo foi a sepultar em jazigo de família no cemitério de Monte de Arcos (Braga). Foram muitos os presentes que quiseram prestar uma última homenagem, o que fez com que a Sé de Braga fosse demasiado pequena para acolher todos os fiéis nesta cerimónia, que contou com a presença de 400 padres, Bispos de várias dioceses, incluindo o Cardeal madrileno Rouco Varela, o secretário de Estado das Comunidades, António Braga, vários presidentes de Câmaras Municipais e o plantel da equipa profissional de futebol do Sporting Clube de Braga. Na sua homilia, D. Jorge Ortiga, também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, sublinhou que este não era momento para elogios fúnebres, mas de homenagem à memória do falecido. “Eu quero que estas minhas palavras sejam em tom de memória deste grande homem que foi, sem dúvida nenhuma, Mons. Eduardo Melo Peixoto, e quero prestar-lhe esta homenagem, minha, vossa, como Arquidiocese de Bragam dizendo-lhe obrigado”, afirmou. O Cónego Eduardo Melo Peixoto, uma figura marcante da Arquidiocese de Braga, faleceu este Sábado, 19 de Abril, aos 80 anos de idade, em Fátima, onde se encontrava a participar num encontro de cursilhos da Cristandade. Eduardo de Melo Peixoto nasceu a 30 de Outubro de 1927 em São Lázaro, Braga, e foi ordenado sacerdote em 1951, tendo depois assumido o papel de vigário-geral da arquidiocese durante vários anos, tendo renunciado ao cargo em 2002. Foi feito Comendador por Mário Soares, tendo servido sob quatro Bispos e seis Papas. Esteve ligado a vários sectores da vida bracarense, nomeadamente, ao futebol e a imprensa. Na concelebração, que juntou diversos bispos e dezenas de sacerdotes, D. Jorge Ortiga enfatizou, “num ambiente de reconhecimento e de fé profunda”, o amor do Cónego Melo a Nossa Senhora, quer fosse a Nossa Senhora do Sameiro, da Abadia, de Fátima ou a Santa Maria de Braga. Para além da numerosa presença de movimentos religiosos, a assembleia incluía personalidades da esfera política (um secretário de Estado, diversos autarcas, governador civil e dirigentes partidários), representantes militares, oficiais da PSP e GNR, bombeiros, dirigentes de colectividades sociais e desportivas. Evocando o facto do Cónego Melo ter falecido num sábado (dia consagrado a Nossa Senhora) e em Fátima, D. Jorge Ortiga atestou o grande amor que aquele sacerdote nutria por Maria, Mãe de Jesus. “Esse grande amor não era manifestado por mero sentimentalismo, mas por compromisso e desejo sincero de imitação”, sustentou o Arcebispo de Braga. Como sacerdote, o prelado referiu que o Cónego Melo foi buscar ao exemplo de Nossa Senhora a base das forças da vocação cristã com que alimentou o seu sacerdócio até à partida para o Pai. “Maria procurou viver de forma a tornar grande e glorificar Deus”, frisou D. Jorge Ortiga, acrescentando que, “hoje muitos procuram a eles próprios e não ousam ter um ideal e vivê-lo em plenitude”. O Arcebispo Primaz criticou, por isso, “os muitos que querem, pura e simplesmente, ser protagonistas”, lamentando, ao mesmo tempo, “os poucos que ousam ser servos fiéis” do projecto de Deus. No final da missa exequial, ao sair da Sé de Braga, os milhares de pessoas que decidiram tomar parte no cortejo fúnebre despediram-se do Cónego Melo com um longo aplauso, ao mesmo tempo que outros acenavam com lenços. Tendo-se optado por fazer o cortejo a pé, desde a Sé ao Cemitério de Monte d’Arcos – conforme informou no final da cerimónia o Deão do Cabido Primacial, Cón. Pio Alves de Sousa –, a zona pedonal do centro histórico foi invadida pelos milhares de pessoas que tomaram parte nas cerimónias, às quais se juntaram as que transitavam nas ruas. Redacção/Diário do Minho

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Agência ECCLESIA

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