Agente pastoral, na Diocese de Mainz, aponta o caminho conjunto com as comunidades locais
Lisboa, 13 ago 2021 (Ecclesia) – Joaquim Nunes, agente pastoral numa Comunidade Católica Portuguesa na Alemanha, disse à Agência ECCLESIA que os migrantes portugueses têm Fátima como “imagem de marca” e há um caminho conjunto com o povo que os acolhe.
“Nossa Senhora de Fátima é hoje uma imagem de marca das Comunidades portuguesas na Alemanha, penso que também será noutros, mas falo da Alemanha por conhecer melhor e quase todas as comunidades oferecem celebrações e encontros ao longo do ano, em especial no mês de maio, há encontros à volta da Nossa Senhora de Fátima e surgem três ou quatro lugares que são lugares de encontro e onde as comunidades de toda uma região se reúnem”, conta o entrevista desta sexta-feira no Programa ECCLESIA (RTP 2).
Joaquim Nunes, na Alemanha há 36 anos, refere ainda que o facto dos portugueses se reunirem, fazerem celebrações e procissão chama a atenção dos católicos alemães que também participam.
“Nos últimos tempos achei interessante a evolução, quando as comunidades portuguesas convidam as comunidades locais para alguma celebração e, seja as comunidades de outras línguas ou comunidade de língua alemã, acontece algo que eu acho que é indicador de futuro, há participação porque se entende que cada comunidade pode dar o que é seu, na pastoral, como na religiosidade ou tradições, na certeza que é contributo para os outros”, destaca.
O Agente Pastoral, da diocese de Mainz, salienta ainda a realidade das “comunidades portuguesas usarem regularmente as igrejas alemãs” o que se tornou “fator de integração”.
É uma integração e um ponto de contacto porque usamos as igrejas das paróquias locais mas quando nós tomamos alguma iniciativa, que ultrapassa um pouco a nossa língua, seja o caso de uma Procissão de velas pelas ruas da cidade é algo que não tem tradição na Alemanha, as pessoas não conhecem mas é interessante ver como aderem, reza-se o terço, também em alemão, e temos a presença do padre alemão”.
Joaquim Nunes assumiu há oito anos a coordenação do trabalho com os portugueses mas também junto de outras comunidades, como polacos, italianos e croatas, mas também os espanhóis.
“Além das comunidades organizadas há muitos outros que não têm comunidade própria então há todo um trabalho a fazer para para reunir, para ativar a participação, eu gosto mais da palavra participação do que da palavra integração, gosto de chamar cada um a participar, para não ficar cada um na sua missão ou na sua igrejinha mas participar nesta neste projeto onde a igreja se encontra”, assume.
Numa altura em que a Igreja na Alemanha vive uma realidade sinodal, Joaquim Nunes descreve a diversidade de participações e os quatro temas que estão em reflexão: os abusos sexuais, a sexualidade na vida dos padres, a vida moral dos católicos e o papel da mulher na Igreja.
PR/SN