Tema esteve em debate em Genebra
Genebra, Suíça, 20 jun 2017 (Ecclesia) – O Vaticano considera fundamental a cooperação entre os Estados, para responder aos atuais movimentos migratórios, e alerta para a necessidade de proteger as vítimas de redes criminosas que se aproveitam daqueles que buscam uma vida melhor.
Numa declaração em Genebra, Suíça, enviada à Agência ECCLESIA, o subsecretário da secção para os migrantes e refugiados, Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral da Santa Sé, salientou que “é um imperativo moral que todos se unam para evitar que traficantes e contrabandistas humanos retirem proveito de pessoas em situação desesperada e vulnerável”.
“Estas redes criminosas, à custa da exploração do sofrimento de muitos, são uma afronta à dignidade humana. A Santa Sé encoraja a criação de mecanismos legais alargados a favor dos migrantes, daqueles que buscam asilo e dos refugiados”, frisou o padre Michael Czerny.
O representante do Vaticano, que falou esta quinta-feira durante um painel temático relacionado com as migrações e a cooperação internacional nesta área, alertou que “só se forem tomadas medidas que permitam uma migração segura, legal e ordeira, é que será possível derrotar estes traficantes da carne”.
Ao mesmo tempo, será ainda preciso “criar condições para um verdadeiro desenvolvimento humano integral nos países de origem”, acrescentou o sacerdote.
Aquele responsável recordou que a posição da Santa Sé, em matéria de migrações, tem sido desde sempre a defesa da ideia de que “antes da delimitação das fronteiras” deve estar a noção de que “todos fazemos parte da mesma família humana” e, por isso, “todos somos chamados a humanizar os fluxos migratórios globais”.
“A escala atual dos movimentos migratórios é tal que só uma cooperação sistemática, alargada e ativa entre os Estados, a sociedade civil, as organizações internacionais e o setor privado poderá gerir de modo adequado este desafio”, apontou o subsecretário da secção para os migrantes e refugiados do Vaticano.
“Neste contexto, a experiência da Igreja Católica, através de toda uma rede consolidada de associações, como a Comissão Internacional Católica para as Migrações, ou a Cáritas, tem feito um esforço considerável no sentido de construir aquilo que o Papa Francisco apelidou de globalização da solidariedade”, completou o padre Michael Czerny.
JCP