Migrações são desafio para Cáritas Portuguesa

18ª Assembleia Geral da Cáritas Internacional aposta no desenvolvimento solidário como resposta a desafios globais Aprovado, quase por unanimidade, o programa da Cáritas Internacional até 2011 dá destaque ao papel desta organização junto das grandes emergências. “Prevê-se uma profissionalização nas ajudas, mas apostando numa intervenção de caridade”, afirma à Agência ECCLESIA, Isabel Monteiro, vogal da direcção da Cáritas Portugal e uma das representantes na Assembleia Geral. Outra das grandes linhas no Plano estratégico passa pela aposta no “desenvolvimento integral e solidário no combate à pobreza e dar aos pobres a possibilidade de serem protagonistas do seu próprio desenvolvimento”. A Cáritas deve ser também “um instrumento directo na construção da paz e reconciliação mundial”. A paz não se limita à ausência de guerra “mas deve ser também um passo na resolução dos conflitos e numa união com os países mais pobres e com situações de conflito, nomeadamente com a Palestina, Iraque e Darfur”. Pontos que vão de encontro à mensagem que Bento XVI deixou aos participantes que representam os cerca de 200 países que se encontram reunidos no Vaticano. Esta manhã numa audiência com os participantes da 18ª Assembleia-Geral. “A Cáritas não é uma resposta política, mas é feita por pessoa de Igreja, e como Igreja”, sublinha a vogal da direcção da Cáritas Portugal. Para além de exigir profissionalismo, “pede e exige coerência evangélica e uma grande abertura de coração a todos os agentes Cáritas no mundo”. A Cáritas Portuguesa vai concertar todo o seu programa de acordo com estas linhas estratégicas. De qualquer forma, alguns desafios emergem desde já. As alterações climáticas são o primeiro. Tanto a nível do globo como a nível nacional, “precisamos de apostar numa educação ambiental mais virada para a ecologia”, sustenta Isabel Monteiro. A situação que “por exemplo a Oceania e a Ásia estão já a viver alerta-nos para o que devemos fazer”. As migrações são também um desafio apontado. A colaboração com a Obra Católica das Migrações e outras organizações da sociedade civil “no sentido de integração e humanização destas pessoas dentro dos países de acolhimento”. Portugal como país de imigrantes e emigrantes “tem de assumir a responsabilidade de cooperação mas também de intervenção no terreno”. Colaboração que se deve estender ao nível da paz. Juntamente com a Comissão Justiça e Paz, enquanto organismo pontifício que “em Portugal conta já com uma grande história de colaboração e trabalho em rede, mas há que reforçar”. Sobre o novo Presidente da Cáritas Internacional, Isabel Monteiro afirma que “chegou o momento da América Latina ter uma possibilidade de estar na Cáritas Internacional”. É a primeira vez que uma pessoa extra Europa assume a presidência desta organização e isto é “um sinal de novidade e de reconhecimento da capacidade dos países no desenvolvimento da solidariedade global”, sustenta. A experiência dos países latino americanos mostra um trabalho “muito sério junto das comunidade cristãs de base, na formação pastoral, na aposta de lideranças e na influência de políticas públicas”. Alguém da América Latina na presidência é “um sentir que outros estão connosco”. O Cardeal Rodríguez Maradiaga tem desempenhado um papel fundamental na paz e na reconciliação e até “na superação de alguns conflitos regionais”, caso da Colômbia e outros países nas Caraíbas.

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