Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana diz que discursos políticos que alimentam conflitos «vão cair com o tempo»
Cidade do Vaticano, 23 mai 2024 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana disse hoje que a “capacidade de acolhimento” do povo português vai superar dificuldades e tensões geradas pela chegada de um maior número de imigrantes ao país.
“A experiência é de uma capacidade de acolhimento dessas pessoas, de forma global”, referiu D. José Traquina aos jornalistas, após uma visita ao Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé), integrada no programa da ‘ad Limina’.
O bispo de Santarém admitiu que a chegada de um maior número de imigrantes a Portugal “assustou” algumas pessoas, sublinhando que faltou “capacidade de resposta” para acolher “tantas pessoas”.
“Estou convencido de que isto é superável. Demorará algum tempo, mas os portugueses têm bom senso nesta matéria”, indicou.
O responsável católico realçou que alguns grupos “têm dificuldade, eles próprios, de se integrar”, rejeitando, contudo, discursos que promovam o conflito.
“Os discursos políticos vão cair com o tempo, na medida em que os portugueses tiverem essa capacidade de relacionamento, como está provado nas zonas onde os imigrantes estão integrados, estão a trabalhar”, precisou.
Questionado sobre as dificuldades da AIMA – Agência para a Integração, Migrações e Asilo, que sucedeu ao SEF, o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana diz estar “confiante” no futuro, após um período de “dificuldades técnicas”.
“Houve algumas dificuldades, também técnicas, que cresceram, isso além do número de migrantes”, referiu D. José Traquina.
O responsável deixou votos de que a AIMA tenha os recursos necessários para responder às exigências que se lhe colocam, “o mais breve possível”.
“Estou confiante na sua generosidade e no esforço que estão a fazer para conseguir corresponder ao desafio. Espero e desejo que o consigam”, conclui.
Os bispos de Portugal realizam desde segunda-feira a visita ‘Ad Limina’, para diálogos com vários organismos na Cúria Romana e, na sexta-feira, dia final da iniciativa, com o Papa Francisco.
De acordo com o Gabinete de Comunicação da CEP, participam na visita ‘Ad Limina’ 20 bispos diocesanos, 5 bispos auxiliares, o bispo eleito de Beja e 2 bispos eméritos e o secretário, padre Manuel Barbosa.
PR/OC