Situação debatida por delegação do grupo parlamentar do Partido Comunista e responsáveis da Obra Católica
Lisboa, 22 fev 2012 (Ecclesia) – A situação “dramática” de muitos portugueses na Suíça foi o tema central de um encontro, hoje, entre o diretor da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) e uma delegação do grupo parlamentar do Partido Comunista Português, em Lisboa.
Em declarações à Agência ECCLESIA, frei Francisco Sales, diretor da OCPM, frisou que muitos portugueses estão a emigrar para aquele país “sem terem nenhum conhecimento da situação concreta” ou qualquer “relação de trabalho”.
Na tentativa de resolver o drama destes emigrantes, o responsável deste organismo católico salienta que existe a possibilidade de se criar uma “plataforma entre as associações de emigrantes e as missões” com o intuito ajudar estes desamparados através de “cantinas e refeitórios sociais”.
Neste momento, as missões católicas portuguesas “estão a ser ‘bombardeadas’ por pedidos de ajuda”, referiu o diretor da OCPM citando as palavras do padre Aloísio Araújo, coordenador da Missão Católica naquele país.
Frei Francisco Sales lamenta que as missões católicas “não tenham capacidade de resposta para a dimensão desta questão”, por não estarem “estruturadas para estas respostas sociais”.
Segundo este responsável, a partida de muitos portugueses para o exterior sem as devidas precauções é um sintoma de “desespero que muitas famílias estão a viver” e isso tira-lhes capacidade “para refletir nas consequências das suas ações e opções”.
Com o mercado de trabalho suíço “saturadíssimo”, os emigrantes acabam por ficar “na rua, nos comboios e abrigos”.
Por causa do aumento do desemprego, alguns portugueses são “vítimas de redes e exploração laboral através dos angariadores que lhes prometem trabalho”, alertou.
Para além do drama que se vive na Suíça, o diretor da OCPM acrescenta que existem situações “de limite e de rua” noutros países da Europa.
LFS