11ª Conferência Internacional Metropolis Lisboa acolhe, durante esta semana, a 11ª Conferência Internacional Metropolis “Caminhos e Encruzilhadas: Migrações e Transformação dos Lugares”, reunindo mais de 700 especialistas. Organizada pelo Grupo Metropolis Portugal e pelo Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME), a maior conferência internacional sobre o tema vai dar uma especial atenção à região do Mediterrâneo e ao espaço da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Este projecto Internacional é composto por diversas instituições de investigação e organizações políticas e não governamentais que pretendem reflectir sobre as políticas migratórias com base em investigações académicas. A Conferência deste ano pretende abordar um leque variado de temas relacionados com a globalização, diversidade e complexidade dos movimentos migratórios da actualidade. De 2 a 6 de Outubro, especialistas de todo o mundo vão realizar oito sessões plenários, 75 “workshops” e visitas a bairros de imigrantes, para conhecer a realidade de Portugal. Em comunicado, a organização deste encontro dá conta de “setecentos participantes originários de cerca de 50 países”, entre os quais se encontram investigadores com diferentes filiações disciplinares, dirigentes políticos europeus e americanos e representantes de organizações internacionais. O Pe. Rui Pedro, director da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), vai participar neste encontro, a convite do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas. “A imigração está na agenda política e social, mas na da Igreja não está” afirma o responsável pela OCPM. Por isso espera “que deste encontro, possam surgir ideias fortes para o trabalho em Portugal” afirma, sublinhando as análises não politizadas que deste encontro podem sair. No contexto da recente de aprovação da Lei da imigração, com uma grande percentagem de irregulares e “com uma sociedade civil onde ainda se sentem sinais de xenofobia, esta troca de experiências com outros países pode ser uma mais valia quanto à necessidade de assumir a missão que temos da migração”, refere. Numa época em que mais de 190 milhões de pessoas vivem fora do país onde nasceram, a magnitude dos fluxos migratórios tem originado diversos apelos e propostas no sentido da criação de um organismo supranacional dedicado à gestão das migrações, à redistribuição dos seus benefícios e à mitigação dos seus custos. Esta conferência ganha maior importância para Portugal, uma vez que antecede a Presidência Portuguesa da União Europeia, que tem início em Junho de 2007. Desta forma, os temas da agenda política e científica acerca das migrações vão ter relevância acrescida num debate que vai envolver decisores políticos, cientistas e Organizações Não Governamentais (ONG’s). Este fórum pretende que os seus membros trabalhem em cooperação sobre os temas da imigração e integração, com o objectivo último de reforçar a tomada de decisão política e assim possibilitar uma melhor gestão, por parte das sociedades, dos desafios e oportunidades colocados pela imigração, particularmente ao nível das cidades. A participação Portuguesa no Projecto International Metropolis começou em 1997, com o apoio da Fundação Luso-Americana e incorpora três centros de investigação universitários que têm vindo a realizar, de há várias décadas para cá, investigação relevante em campos como as migrações e os estudos urbanos: o Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa e o seu grupo Migrações, Cidades e Minorias, o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e o SociNova Migrações pertencente à Universidade Nova de Lisboa.