Migrações: Igreja quer atenção permanente às manifestações de racismo

Responsáveis nacionais estiveram reunidos durante quatro dias e lamentaram falta de recursos nos organismos eclesiais

Albergaria-A-Velha, Aveiro, 08 jul 2011 (Ecclesia) – A Igreja Católica em Portugal deve prestar uma “permanente atenção às manifestações de racismo e xenofobia”, recomendaram hoje os responsáveis dos secretariados diocesanos de migrações e capelanias de imigrantes.

Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, no final de um encontro nacional que decorreu entre 4 e 8 de julho, assinala-se essas atitudes “promovem a exclusão e marginalização das suas vítimas” e são um crime punido por lei.

O documento admite, ainda assim, que, em geral não existem na sociedade portuguesa “manifestações significativas de xenofobia e racismo, a não ser em relação a uma minoria étnica, os ciganos, que não se incluem no fenómeno migratório”.

Para aqueles que seguem mais de perto as questões migratórias na Igreja portuguesa, existe “falta de meios humanos e materiais” que permitam desenvolver um “trabalho de qualidade que a dignidade dos migrantes merece”.

“Recomendamos que sejam fornecidos aos secretariados os meios de que necessitam, a fim de que possam desenvolver o trabalho para que foram nomeados e se evite o desalento e a existência de secretariados nomeados, mas que na prática não têm nenhuma ação”, pode ler-se nas conclusões do encontro nacional.

A iniciativa decorreu Casa Diocesana de Aveiro, em Albergaria-a-Velha, sobre o tema ‘Migrações. Presente e Futuro’.

Os participantes aludiram a “alguma desarticulação entre os diversos organismos da Igreja que trabalham, direta ou indiretamente, no apoio social e pastoral das migrações”, pedindo novos canais de comunicação e um “maior envolvimento e empenho” dos que têm responsabilidade neste setor.

Com a presença de capelanias de africanos, brasileiros e ucranianos, nos trabalhos do encontro apontou-se para a necessidade de um “maior conhecimento sobre a realidade religiosa existente no país”, em particular na identificação de Igrejas Católicas de Rito Oriental e Igrejas Ortodoxas.

O próximo encontro vai realizar-se em Lisboa, em 2012, integrado no programa das celebrações dos 50 anos da Obra Católica Portuguesa de Migrações.

Nesse contexto, será alargado às missões católicas de língua portuguesa e outros responsáveis da pastoral migratória dos países de acolhimento dos emigrantes portugueses, assim como dos países de origem dos imigrantes que residem em Portugal.

OC

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Agência ECCLESIA

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