Mensagem aborda desafios atuais como a negação do direito de voto aos 110 mil emigrantes lusos radicados no país
Lisboa, 13 jun 2015 (Ecclesia) – A Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana e a Obra Católica Portuguesa de Migrações enviaram uma mensagem à missão portuguesa no Luxemburgo, por ocasião dos seus 50 anos de missão no país.
No texto, remetido hoje à Agência ECCLESIA, os dois organismos destacam a importância desta data e tudo o que ela “significa de emoção e memória” para aqueles que, ao longo “de diferentes gerações”, apoiaram a integração das comunidades de emigrantes portugueses no Luxemburgo.
“Expressamos aqui a nossa admiração e respeito pelos primeiros que chegaram e contribuíram para construir a(s) Missão(ões), que hoje se encontra ao serviço não só dos portugueses e luso-luxemburgueses, migrantes de língua portuguesa, mas também se solidariza com quem necessita independentemente da nacionalidade, importante sinal de uma igreja mãe de todos”, pode ler-se.
A Igreja Católica em Portugal enaltece o “muito que tem sido construído” e mostra-se atenta e preocupada “com os constrangimentos” que têm também afetado o trabalho pastoral naquele país, que estão refletidos por exemplo “nos resultados do referendo sobre a participação política dos migrantes”.
Os bispos que integram a Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, da qual faz parte a Obra Católica Portuguesa de Migrações, esperam que o Luxemburgo atual, que tantos portugueses acolheu ao longo dos anos, “passe de uma atitude de defesa e medo para uma cultura de encontro, diálogo e co-construção”.
Fazem ainda votos de que a celebração destes 50 anos ajude a perceber que as comunidades lusas ali presentes “não estão sós” e “que o convívio proporcione a possibilidade de novas realizações e novos sonhos”.
Os dois organismos concluem a sua mensagem incentivando os portugueses presentes no Luxemburgo a “continuarem a dar o testemunho de solidariedade ou a aceitarem a oportunidade de serem beneficiados pela benevolência de quem é ou se quer fazer próximo”.
“Que neste esforço de não deixar que ninguém fique de fora, seja recluso, sem abrigo, idoso, desempregado…, a comunidade possa crescer na fé, solidariedade e cidadania”, concluem.
Segundo os últimos dados avançados à Agência ECCLESIA, residem atualmente no Luxemburgo cerca de 110 mil portugueses, número bastante significativo num país cuja população não ultrapassa o meio milhão de habitantes.
JCP