Migrações: Igreja alerta para exploração laboral

Responsáveis das dioceses portuguesas e representantes em Andorra, África de Sul, França e Holanda debateram situações de vulnerabilidade social

Lisboa, 05 jul 2014 (Ecclesia) – Os responsáveis pela área das migrações na Igreja Católica em Portugal alertaram para situações de exploração laboral e de tráfico de pessoas, como consequência da atual crise económica.

“Os casos de exploração sexual, servidão doméstica, exploração laboral, mendicidade e adoção ilegal, que se verificam em Portugal mostram que a atuação ao nível internacional não dispensa a intervenção local e o empenhamento das comunidades”, referem as conclusões do Encontro Nacional de Secretariados Diocesanos de Migrações, que decorreu em Tomar entre segunda e sexta-feira.

O documento, enviado hoje à Agência ECCLESIA, congregou 40 delegados das dioceses portuguesas, quatro representantes das Missões Católicas de Língua Portuguesa de Andorra, África de Sul, França e Holanda e os coordenadores da Capelania dos africanos e da Capelania nacional de imigrantes ucranianos.

Segundo os participantes, “o desprezo pela dignidade da pessoa humana, a pressão económica que incide sobre as empresas que procuram mão-de-obra barata e as situações de vulnerabilidade social potenciam o tráfico de seres humanos e os mais diversos tipos de exploração”.

“Numa Europa em crise, cansada e desgastada, em que os compromissos financeiros parecem ser o único critério de orientação, julgamos necessário afirmar novamente o valor absoluto da dignidade da pessoa humana que deve ser o eixo principal das políticas migratórias e de asilo”, advertem os responsáveis católicos.

O encontro teve como tema ‘Longe é mais perto do que imagina’, sublinhando que as estruturas eclesiais formam “uma rede de redes espalhada pelo mundo”.

“A promoção e o uso dessa rede facilitam todo o trabalho de acompanhamento e proximidade com as vítimas de tráfico de seres humanos”, pode ler-se.

Os participantes lembram às comunidades católicas portuguesas a responsabilidade que têm no “acompanhamento espiritual dos emigrantes” e no acolhimento dos imigrantes.

Nesse sentido, recomenda-se a “formação dos agentes pastorais” para que sejam capazes de responder às “solicitações concretas das Igrejas dos países de acolhimento e à realidade concreta da emigração” atual.

OC

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Agência ECCLESIA

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