Migrações: desafios para a Igreja

Braga acolhe esta semana Encontro Nacional sobre a multiculturalidade e os desafios que ela coloca Uma sociedade cada vez mais aberta e multicultural deve ser encarada como um desafio para Portugal. À Igreja muitos desafios se colocam com as migrações. “Queremos encontrar um caminho para dar resposta às migrações”, explica à Agência ECCLESIA, Frei Francisco Sales, Director da Obra Católica Portuguesa das Migrações – OCPM, no início do Encontro Nacional da Pastoral das Migrações. Nem a Igreja nem o país são mais homogéneos, indica o Frei Sales. Diferentes línguas, culturas e raças traçam o caminho para “uma Igreja em Portugal diferente, talvez ao estilo do Pentecostes, com diferentes línguas mas onde todos se entendem”. Se Portugal era encarado como uma raça e uma língua, “actualmente o panorama mudou. Vive-se uma multiculturalidade e uma pluralidade religiosa que devem ser encarados como desafios”. Contextos que as alterações sociais impõem a diferentes ritmos e em diferentes locais. O que não quer dizer que existem diferentes respostas. “As necessidades têm de ser analisadas localmente e ser dadas localmente. Mas o contributo é de todos”, indica o Director da OCPM. O Encontro Nacional que decorre em Braga, sob o lema «As migrações e os desafios pastorais da Igreja num país em mutação cultural» pretende partilhar experiências, para encontrar caminho homogéneo a nível nacional “que ajude a Igreja a ser resposta”. As migrações trazem problemas sociais e “não queremos correr o risco de apenas desenvolver um trabalho social, esquecendo a dimensão do anúncio e do testemunho”. A caridade é essencial para “trabalhar com os imigrantes”, explica o Frei Sales. E as comunidades religiosas, congregações e paróquias são essenciais no processo de “acolhimento”. “Este é um trabalho que os secretariados diocesanos têm de fazer, e irá estar presente nos trabalhos”, esclarece o Director da OCPM. Com párocos e comunidades “envelhecidos, onde o ritmo já está estabelecido, é difícil reagir positivamente a algo diferente”. Este é um trabalho de “sensibilização e de acolhimento a novas formas de celebrar a fé”. As migrações “colocam desafios diários”, dá conta o Frei Francisco Sales, evidenciando um trabalho que nunca está feito. Dentro da resposta pastoral, as políticas ou as crises económicas podem alterar o trabalho realizado. Mas “aprendemos sempre com a experiência de todos, porque o acolhimento dos imigrantes é diferente em Braga e no Algarve”.

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