Migrações: D. Manuel Clemente defendeu em Taizé «uma Europa mais acolhedora»

Tema foi abordado pelo cardeal-patriarca de Lisboa no encontro «Por uma nova solidariedade»

António Marujo, jornalista do religionline.blogspot.pt, em serviço especial para a Agência ECCLESIA

Borgonha, França, 12 ago 2015 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa defendeu em Taizé, França, que a Europa só crescerá na medida em que for capaz de acolher as pessoas que a procuram.

 D. Manuel Clemente encontra-se junto da comunidade ecuménica, na companhia de um grupo de jovens portugueses, no âmbito da participação num encontro internacional intitulado "Por uma nova solidariedade".

Sobre a questão das migrações, e perante jornalistas de diferentes países, D. Manuel Clemente frisou que, "para Portugal, a questão das migrações não é de hoje, mas de sempre. Mas, admitiu, se os imigrantes estão bem integrados, também há quem tenha “medo” de que eles venham “roubar” o emprego.

“A Igreja também contribui, nas paróquias da periferia de Lisboa, para os integrar na vida das comunidades ou na catequese”, acrescentou.  

Durante esta semana, o referido encontro internacional assinala os 100 anos do nascimento do irmão Roger, fundador de Taizé, e os 10 anos da sua morte (16 de Agosto de 2005) e os 75 anos da sua chegada à aldeia para fundar a comunidade, que reúne monges católicos e protestantes.

Carlotta Carpi, responsável do JRS (Serviço Jesuíta aos Refugiados) afirmou à Agência ECCLESIA que o apelo do Papa Francisco, para que as congregações e ordens religiosas ponham à disposição dos refugiados, pobres e migrantes instalações menos utilizadas, teve eco em Itália.

“Várias comunidades contactaram o JRS [Serviço Jesuíta aos Refugiados] para oferecer disponibilidade de quartos ou de instalações que já não utilizavam.”

Carlotta Carpi, que participa também neste semana especial em Taizé acrescenta que, em Itália, o apelo do Papa levou as comunidades a questionarem-se fortemente.

O JRS está agora a iniciar um projecto para o segundo acolhimento; ou seja, pessoas que já têm uma ténue forma de integração social, são acolhidas em centros especiais, pagando uma renda simbólica.

“O acolhimento a refugiados, em Itália, é muito limitado.” Por isso, este projecto adquire ainda mais importância, acrescenta aquela responsável.

Recuando dois anos no tempo, Carlotta Carpi diz que a viagem do Papa à ilha de Lampedusa, onde chegam muitos refugiados vindos da costa africana, “deu motivação às pessoas do lugar para se organizarem”.

E deu também, a muita gente, a consciência da importância de acolher refugiados que chegam.

(o autor escreve segundo a anterior norma ortográfica)

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Agência ECCLESIA

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