Migrações/Crise: Responsável da Igreja Católica pede esforço contra a resignação

D. António Vitalino sublinha dificuldades no mundo do trabalho e espera respeito pelos imigrantes

Fátima, Santarém, 12 ago 2011 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana (CEMH), D. António Vitalino, apelou hoje em Fátima a todos os migrantes para que não desistam “perante as dificuldades”, em especial no que diz respeito ao emprego.

“Somos um povo em mobilidade, peregrino, à procura da felicidade, de melhores condições de vida, para nós e as nossas famílias, um povo que não resigna perante as dificuldades e a imobilidade de muitos ambientes, onde grassa o desemprego e a falta de perspetiva de inserção no mundo do trabalho”, referiu o prelado.

Na missa da vigília da Peregrinação Internacional do Migrante e Refugiado, que o Santuário acolhe anualmente a 12 e 13 de agosto, o bispo de Beja assinalou que “o fenómeno crescente do intercâmbio cultural, universitário, económico, desportivo e turístico pode unir cada vez mais todos os povos, tornar-se motor do desenvolvimento e lançar pontes de compreensão e de colaboração entre as diferentes culturas e nações, apressando a construção de uma só família humana”.

“Continuamos a ser um país de emigrantes. Mas somos também um país de imigrantes”, precisou, saudando a presença em Fátima do bispo de Santiago, em Cabo Verde, D. Arlindo Furtado, que este sábado preside às cerimónias conclusivas da peregrinação.

“Em tempo de crise económica não nos esqueçamos de continuar a ser acolhedores e hospitaleiros e não façamos aos outros aquilo que não gostaríamos que nos fizessem a nós. Somos todos pessoas humanas, com uma dignidade fundamental, com direitos e deveres”, alertou ainda.

Segundo o presidente da CEMH, os recentes distúrbios nos “subúrbios das grandes cidades do Reino Unido, como há anos em Paris, e há pouco em Madrid e Barcelona”, devem ser para “um alerta” para não se enveredar “pelo caminho do salve-se quem puder”.

“A solidariedade, a partilha, a hospitalidade, numa palavra, a caridade é que nos podem ajudar a vencer a crise”, disse.

D. António Vitalino lembrou também as “centenas de milhares de jovens de todo o mundo” que, de 16 a 21 deste mês, “estarão em Madrid, convocados pelo Santo Padre, para aí viverem intensamente mais uma Jornada Mundial da Juventude”.

“Os jovens são o futuro do mundo. Sem eles, sem o seu empenho, os nossos últimos dias na terra serão de muito sofrimento. É pois também do nosso próprio interesse que esta Jornada Mundial da Juventude dê lugar a uma nova primavera: de esperança a renascer, de amor ao próximo a florir, de partilha e solidariedade a adornar os nossos ambientes”, indicou.

A Igreja Católica celebra de 6 a 14 de agosto a 39ª Semana Nacional das Migrações, este ano especialmente dedicada à comunidade cabo-verdiana, numa iniciativa organizada pela CEMH e a Obra Católica Portuguesa de Migrações, com o tema ‘Uma só Família Humana’.

OC

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