«Neste dia rezamos por todos os trabalhadores, sobretudo os cabo-verdianos espalhados pelo mundo» – D. Manuel Quintas
Loulé, 02 mai 2025 (Ecclesia) – A comunidade cabo-verdiana na Diocese do Algarve realizou o seu encontro anual de celebração da fé e da cultura, esta quinta-feira, 1 de maio, Dia do Trabalhador, no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Loulé.
“Aqueles que para encontrar melhores condições de vida, tiveram de deixar a sua terra e a sua família, mas não as suas raízes, a sua cultura e os seus valores humanos, com os quais e também com o seu trabalho honesto, fonte de dignidade e de progresso pessoal e social, enriqueceram esta região algarvia e também esta Igreja diocesana”, disse o bispo do Algarve, que presidiu à Eucaristia, citado pelo jornal ‘Folha do Domingo’.
D. Manuel Quintas manifestou o seu reconhecimento aos cabo-verdianos pelo seu “contributo para o progresso” do Algarve e também o “testemunho de fé, de vida e de valores” que são “uma referência” para a Igreja diocesana.
“Neste dia rezamos por todos os trabalhadores, sobretudo os cabo-verdianos espalhados pelo mundo, particularmente aqueles que se encontram nesta região do Algarve. Rezamos também por aqueles que estão desempregados, sem trabalho, frágeis na saúde que não lhes permite trabalhar, os que sofrem injustiças laborais, aqueles que lutam para dar uma vida melhor aos seus filhos.”
A comunidade cabo-verdiana tem mais de meio século de presença no concelho de Loulé, e, segundo o bispo do Algarve, este encontro anual “constitui sempre uma oportunidade para evocar a história”, de pessoas, um povo, que “nunca perderam a fé e a esperança de encontrar uma vida melhor”.
A Missa com “ritmos africanos” incluiu uma encenação realizada por crianças e jovens, a nomeação dos “juízes” do encontro de 2026, responsáveis por financiar esta iniciativa.
Estiveram presentes dois membros do governo cabo-verdiano, Eurico Correia Monteiro que tem dois ministérios – da Promoção de Investimentos e Fomento Empresarial e da Modernização do Estado e da Administração Pública -, e o secretário de Estado das Finanças, Alcindo Mota.
“Esta celebração combina muito bem com aquilo que nós somos como cabo-verdianos, um povo essencialmente cristão e maioritariamente católico. Representa aquilo que somos como povo migrante em busca de melhor vida e melhores condições um pouco por todo lado, na Europa, na América, levando a nossa história, a nossa cultura e a paz e a solidariedade que cultivamos”, destacou o ministro cabo-verdiano.
A Missa foi concelebrada pelo bispo emérito de São Tomé e Príncipe, D. Manuel António dos Santos, pelo vigário-geral da Diocese do Algarve, o cónego Carlos César Chantre, natural de Cabo Verde, o pároco de Loulé e reitor do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, cónego Carlos Aquino, o seu capelão, padre Carlos de Matos, e o assistente do Secretariado diocesano da Mobilidade Humana, padre Paulinus Anyabuoke, com o serviço do diácono Bruno Valente.
O encontro anual da comunidade cabo-verdiana presente na Diocese do Algarve é promovido pela Associação Esperança e Paz, e, após a celebração, continuou com o almoço-convívio no salão de festas da Câmara Municipal de Loulé.
O jornal diocesano ‘Folha do Domingo’ informa ainda que este ano, o presidente da Eucaristia ia ser o cardeal Arlindo Furtado, bispo da Diocese cabo-verdiana de Santiago, que está no Vaticano a participar nos trabalhos preparativos do Conclave que vai eleger o novo Papa.
CB